Os Estados Unidos passaram a aplicar tarifas de importação sobre barras de ouro de 1 kg e de 100 onças, medida que ameaça o papel da Suíça como maior centro mundial de refino do metal, revelou o Financial Times nesta sexta-feira (8), impulsionando o mercado futuro do metal para uma máxima histórica intradiária.
Uma carta de 31 de julho da agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) determinou que esses formatos de ouro devem ser classificados sob o código 7108.13.5500, sujeito a tarifas, e não no 7108.12.10, único isento de taxas. A mudança contraria a expectativa do setor, que considerava esses produtos livres das tarifas nacionais impostas pelo governo Trump.
As barras de 1 kg são o formato mais comum na Comex, principal mercado futuro de ouro do mundo, e representam a maior parte das exportações suíças do metal para os EUA. Após a divulgação da decisão, os contratos futuros de ouro para dezembro atingiram, no início do pregão de sexta-feira, o recorde de US$ 3.534,20 por onça-troy, recuando depois para US$ 3.490,80, alta de 1,1% no dia.
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O anúncio ocorre após Washington impor, na semana passada, tarifa de 39% sobre importações da Suíça. Segundo dados alfandegários, o país europeu exportou US$ 61,5 bilhões em ouro para os EUA nos 12 meses até junho, volume que agora estaria sujeito a US$ 24 bilhões adicionais em tarifas.
Ao FT, o presidente da Associação Suíça de Fabricantes e Comerciantes de Metais Preciosos, Christoph Wild, avaliou a medida como “mais um golpe” para o comércio de ouro suíço com os EUA, dificultando o atendimento à demanda americana. Algumas refinarias do país já reduziram ou suspenderam embarques, diante da incerteza sobre quais produtos podem se enquadrar em isenções.
O fluxo global de ouro costuma ser triangular, com barras de 400 onças circulando entre Londres e Nova York via Suíça, onde são recortadas em tamanhos diferentes. O formato de 1 kg, do tamanho aproximado de um smartphone, é o preferido no mercado americano.
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O ouro acumula alta de 27% desde o fim de 2024, impulsionado por temores de inflação, preocupações com a dívida pública americana, a perda de força do dólar como moeda de reserva. Mais recentemente, via um alívio diante de expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve.
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