O cofundador da Microsoft Bill Gates parece estar voltando atrás em algumas conclusões sobre as mudanças climáticas e seu impacto para a humanidade, depois de destinar bilhões de sua fortuna ao ativismo nos últimos anos.
Em um longo memorando divulgado nesta terça-feira (28), o bilionário criticou o alarmismo em relação ao assunto. Segundo Gates, apesar das consequências “graves”, especialmente para as pessoas de países mais pobres, a mudança climática “não levará ao desaparecimento da humanidade”, como alguns acreditam.
Nesse sentido, o empresário americano pontuou que se opõe a uma “perspectiva catastrófica” relacionada ao clima e que “as pessoas poderão viver e prosperar na maioria dos lugares da Terra no futuro”. As declarações surgem antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, conhecida como COP30, que reunirá líderes mundiais no Brasil na semana que vem.
Apesar de não participar do evento, Gates elogiou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por “priorizar” o assunto. “A cúpula mundial sobre o clima do próximo mês no Brasil, conhecida como COP30, é um excelente ponto de partida, especialmente porque a liderança brasileira da cúpula prioriza a adaptação climática e o desenvolvimento humano”.
Bill Gates parece estar reformulando sua postura em relação ao clima, visto que poucos anos antes, em 2021, publicou um livro intitulado Como evitar um desastre climático: As soluções que temos e as inovações necessárias.
O cofundador da Microsoft investiu pesadamente no ativismo climático na última década, por meio de verbas destinadas a grupos ou empresas ligadas ao assunto e por meio da criação do Breakthrough Energy, um fundo de capital de risco cujo objetivo é apoiar startups que atuam no setor de energia, mas que anunciou cortes profundos em março.
Em maio, o bilionário também comentou sobre planos de encerrar a Fundação Gates, outro meio pelo qual ele injetou bilhões de sua fortuna no ativismo climático.
No memorando desta terça, Gates criticou grande parte da comunidade envolvida com a pauta climática por se concentrar excessivamente em metas de curto prazo. Segundo ele, isso “desvia recursos das coisas mais eficazes que deveríamos estar fazendo para melhorar a vida em um mundo em aquecimento”.
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