O Ethereum (ETH) voltou a superar a marca dos US$ 3.000 nesta segunda-feira (14), impulsionado por entradas em ETFs e compras institucionais às vésperas do aniversário de 10 anos da blockchain, celebrado em 30 de julho.
O movimento de alta ocorre em meio à valorização do mercado de criptoativos durante a chamada “Semana Cripto” nos Estados Unidos, na qual a Câmara dos Deputados discute projetos de regulação como a Lei CLARITY, o pacote GENIUS sobre stablecoins e outras propostas voltadas ao setor.
No entanto, a alta também tem como pano de fundo discussões no mercado sobre o potencial do ativo assumir um papel semelhante ao do Bitcoin (BTC) como componente de reserva de caixa por companhias.
Na semana passada, a empresa SharpLink Gaming, listada na Nasdaq, comprou quase US$ 49 milhões em ETH e passou a ser a maior tesouraria corporativa conhecida de Ethereum, com aproximadamente 198.300 ETH, segundo dados da Arkham Intelligence. O volume supera o saldo atual da Ethereum Foundation.
A companhia tem como presidente do conselho Joseph Lubin, cofundador da Ethereum e CEO da Consensys. Lubin afirmou que a empresa busca reequilibrar a dinâmica de oferta e demanda do ativo, concentrando parte do suprimento em tesourarias de longo prazo.
A própria Ethereum Foundation anunciou na sexta-feira (11) a venda de 10.000 ETH para a SharpLink, ao preço médio de US$ 2.572 por token, em operação realizada via mercado de balcão. Segundo a fundação, os recursos serão destinados a financiamento de pesquisas de protocolo, desenvolvimento do ecossistema e concessões.
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A SharpLink anunciou sua mudança estratégica em maio, com aporte de US$ 425 milhões em investimento privado, liderado pela Consensys. Desde então, as ações da empresa acumulam forte valorização na Nasdaq.
Pessimismo entre gestores
Apesar das compras no mercado à vista, dados da CFTC indicam que hedge funds montaram uma posição vendida de US$ 1,73 bilhão em contratos futuros de ETH na CME, por meio da estratégia conhecida como basis trade.
Nessa operação, os investidores vendem contratos futuros e compram ETH à vista por meio de ETFs, visando capturar o diferencial de preços com retorno anualizado estimado em 9,5%. O staking de ETH (bloqueio de unidades mediante rendimento) pode adicionar rendimento de 3,5% ao ano, mas essa modalidade não está disponível para detentores de ETFs.
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Segundo dados da Coinglass, os ETFs de Ethereum registraram US$ 421 milhões em entradas líquidas na última quinta-feira, o maior volume diário já registrado. Os fundos acumulam atualmente cerca de US$ 12 bilhões em ativos sob gestão.
Vale lembrar que, ao contrário do Bitcoin, que vem rompendo máximas históricas há meses, o Ethereum ainda está mais de 30% longe dos quase US$ 4.900 atingidos em novembro de 2021.