O Egito inaugurou neste sábado (1º) o Grande Museu Egípcio (GEM), um projeto monumental de US$ 1 bilhão erguido ao lado das Pirâmides de Gizé após mais de duas décadas de construção. Considerado o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização, o complexo abriga mais de 50 mil artefatos que narram cinco mil anos de história faraônica, incluindo, pela primeira vez, a coleção completa do rei Tutancâmon.
Financiado em parte por empréstimos do Japão, o projeto foi iniciado em 2005 e enfrentou sucessivos atrasos devido à instabilidade política e à pandemia de Covid-19.
A cerimônia de abertura do museu contou com a presença do presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, de líderes estrangeiros e de membros de famílias reais da Europa e do Oriente Médio. Em um discurso transmitido ao vivo, Sisi afirmou que o novo museu representa “um capítulo inédito na história do presente e do futuro do Egito”, descrevendo-o como “um farol de conhecimento e um símbolo da genialidade humana que ergueu as pirâmides”.

O evento teve uma apresentação grandiosa, com shows de luzes, drones e orquestras que projetaram imagens dos deuses egípcios no céu do deserto. O edifício, com fachada triangular inspirada nas pirâmides, foi projetado pelo escritório Heneghan Peng Architects, de Dublin, e construído por equipes egípcias. O museu ocupa 470 mil metros quadrados e inclui laboratórios de restauração, auditórios, áreas educativas e espaços interativos com tecnologia de realidade aumentada.
Logo na entrada, os visitantes são recebidos pelo colosso de Ramsés II, de 83 toneladas, seguido por uma escadaria monumental ladeada por estátuas e relevos que conduzem às 12 galerias principais. Entre os destaques estão o barco solar de Quéops, de 4.500 anos, e os 5 mil objetos encontrados no túmulo de Tutancâmon, exibidos juntos pela primeira vez desde a descoberta feita pelo arqueólogo britânico Howard Carter em 1922.

Segundo o ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, Sherif Fathy, o museu é um “presente do Egito ao mundo” e deve receber cerca de 5 milhões de visitantes por ano, ajudando a impulsionar o turismo – setor que responde por 8% do PIB nacional e sofreu com as crises políticas e sanitárias da última década.
“Esperamos atingir 30 milhões de turistas até 2032”, disse o ministro à agência Associated Press (AP).
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