Drones violaram o espaço aéreo da Bélgica e sobrevoaram na noite deste domingo (9) a central nuclear de Doel, localizada no norte do país, e o aeroporto de Liège, provocando a suspensão temporária do tráfego aéreo e aumentando a preocupação do governo com a segurança de infraestruturas críticas. As autoridades belgas investigam neste momento a possível origem estrangeira dos aparelhos, enquanto Reino Unido, França e Alemanha enviaram equipes e equipamentos para ajudar no monitoramento do espaço aéreo.
A companhia energética Engie, responsável pela usina de Doel, informou que inicialmente foram detectados três drones, mas o número subiu para cinco após novas observações.
“Eles permaneceram no ar por cerca de uma hora”, afirmou a porta-voz da empresa, Hellen Smeets, ao jornal Politico. Segundo a empresa, o incidente não afetou o funcionamento da planta nuclear.
No mesmo período, o aeroporto de Liège interrompeu pousos e decolagens por quase uma hora, após relatos de múltiplos drones nas proximidades. A operação foi retomada por volta das 20h25 (horário local), conforme noticiou a agência notícias pública Belga.
Os episódios se somam a uma série de incursões semelhantes ocorridas nas últimas semanas sobre bases militares, portos e aeroportos do país. O governo belga chegou a convocar, na quinta-feira (6), uma reunião de seu Conselho Nacional de Segurança, na qual o ministro do Interior, Bernard Quintin, afirmou que as autoridades “mantêm a situação sob controle”.
Embora Bruxelas evite atribuir responsabilidades, os serviços de inteligência belgas e o ministro da Defesa, Theo Francken, consideram a Rússia um suspeito plausível.
“É claro que Moscou é um suspeito possível”, disse Francken à emissora local VTM, acrescentando que ainda não há provas concretas sobre a origem dos voos.
A escalada levou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a reforçar a vigilância na região. Neste domingo, o chefe do Estado-Maior britânico, Richard Knighton, confirmou à BBC que o Reino Unido enviará militares e equipamentos antidrone para apoiar a Bélgica.
“Não sabemos – e os belgas também não sabem – a procedência desses drones, mas os ajudaremos fornecendo nosso equipamento e pessoal”, afirmou Knighton.
O governo belga também aprovou na sexta-feira (7) um orçamento emergencial de 50 milhões de euros para fortalecer sua defesa contra drones, com apoio da Alemanha e, mais recentemente, do Reino Unido. Outros países do norte da Europa, como Dinamarca, Noruega e Suécia, relataram incidentes semelhantes envolvendo drones nas últimas semanas, alimentando temores de uma campanha coordenada de espionagem ou sabotagem híbrida contra aliados da Otan.
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