O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, abriram o momento de discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23). Seus pronunciamentos contrastantes ganharam destaque na imprensa internacional.
O jornal The New York Times descreveu esse antagonismo entre os líderes. Enquanto Trump fez menção ao Brasil no discurso em um tom mais “suave”, o petista abriu a sessão das Nações Unidas com um discurso “mordaz”.
“O presidente Trump pareceu oferecer um ramo de oliveira ao Brasil nesta terça-feira, sinalizando que planeja se encontrar com o presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva, na semana que vem”, diz um trecho da reportagem.
Em contrapartida, segundo o Times, Lula pareceu “mirar” indiretamente o líder americano e suas exigências para anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump no Brasil.
o The Washington Post deu destaque para o anúncio de encontro entre os dois chefes de Estado. O jornal citou as divergências dos líderes nos últimos meses que resultaram, entre outras coisas, nas tarifas de 50% impostas ao Brasil.
O Post opinou que Lula atuou como um “contrapeso ao populismo de direita do presidente dos EUA”.
A Associated Press mencionou os discursos de Lula e Trump, relembrando os meses de tensão entre os líderes. Uma autoridade brasileira conversou com a agência de notícias, descrevendo o cumprimento dos dois chefes de Estado como “caloroso”.
Trump disse a Lula que eles deveriam se encontrar na semana que vem. O petista teria respondido que estava aberto ao diálogo, mas voltaria ao Brasil nesta quarta-feira (24).
O jornal britânico The Guardian classificou o discurso de Trump como “inflamado”, principalmente em relação a políticas migratórias na Europa.
A publicação do Reino Unido também fez menção ao discurso de Lula, dando ênfase em uma declaração na qual o petista disse diante de autoridades mundiais que a democracia deve prevalecer sobre “pretensos autocratas”, sem citar diretamente Trump.
“Esquerdista sul-americano faz críticas indiretamente a Trump em discurso e alerta que ameaça global de forças antidemocráticas persiste”, diz um trecho da reportagem do Guardian.
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