O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, agradeceu, nesta terça-feira (15) ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela intenção de apoiar a ação iniciada pela África do Sul, no Tribunal de Haia, que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza. Em nota enviada ao portal Metrópoles, o diplomata ressaltou a importância política e jurídica da possível adesão brasileira.
O governo brasileiro confirmou, no final de semana, que está trabalhando para aderir formalmente a essa denúncia na Corte Internacional de Justiça (CIJ), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU).
“Nós vamos. Estamos trabalhando nisso, e você terá essa boa notícia em muito pouco tempo”, anunciou o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, em entrevista à TV Al Jazeera.
Segundo Alzeben, a decisão do Brasil representa um reforço ao movimento internacional, ao mesmo tempo em que demonstra responsabilidade, justiça e respeito ao direito dos povos à autodeterminação.
“A possível decisão do Brasil de participar do processo em curso na Corte Internacional de Justiça fortalece o movimento global contra o genocídio”, afirmou o embaixador palestino. Alzeben elogiou a decisão do governo Lula em apoiar a causa palestina contra Israel.
“A decisão possui grande peso político e jurídico, dado o peso do Brasil na arena política mundial e no Sul Global, podendo influenciar futuras decisões da ONU de pôr fim a genocídios e crimes de lesa humanidade. A Palestina agradece este passo político, diplomático e jurídico significativo”, concluiu.
Ministério recomendou veto ao “Dia da Amizade entre Brasil e Israel”
O Ministério das Relações Exteriores recomendou, no final de semana, ao presidente Lula da Silva que vetasse o projeto de lei que institui o “Dia da Amizade entre Brasil e Israel”, aprovado em junho pelo Congresso e promulgado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Lula deixou vencer o prazo regimental de 15 dias úteis para sancionar ou vetar a proposta, o que fez a lei retornar ao Congresso para ser promulgada. A recomendação do Itamaraty para o veto ocorreu devido ao contexto da guerra na Faixa de Gaza e à reação israelense contra o Hamas.
Apesar disso, o Ministério, em nota para a Gazeta do Povo, reconheceu a importância das relações históricas entre Brasil e Israel, destacando os laços de amizade entre os dois povos e a presença da segunda maior comunidade judaica da América Latina no país. O “Dia da Amizade entre Brasil e Israel” foi fixado para 12 de abril, data da instalação da primeira representação diplomática brasileira em território israelense.