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Custos em Belém fazem presidente da Áustria desistir da COP30
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Custos em Belém fazem presidente da Áustria desistir da COP30 

BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) – Os preços exorbitantes de hospedagem em Belém provocaram a primeira baixa política na COP30. Alexander van der Bellen, presidente da Áustria, declarou à imprensa do país que não irá comparecer à conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em novembro, no Brasil, por “disciplina orçamentária”.

De acordo com o canal ORF, Van der Bellen decidiu não participar do segmento de alto nível da COP depois de seu gabinete analisar os custos e os desafios de logística da capital paraense. “Os custos particularmente elevados não cabem no orçamento restrito da Presidência”, declarou o gabinete, segundo a emissora pública.

A Folha de S.Paulo tentou contato com a Presidência da Áustria, mas não obteve resposta.

O país será representado no evento pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Totschnig, e negociadores. “É mais importante do que nunca dar um sinal claro de cooperação internacional na proteção do clima”, declarou Totschnig. Van der Bellen também havia destacado a importância do evento, que, “pela primeira vez, será realizado em região de floresta tropical, cuja destruição é um fator importante da crise ambiental e climática global”.

Ainda que Belém carregue “grande valor simbólico”, como descreve o mandatário austríaco, os custos de hospedagem para o período da conferência estão se tornando um assunto maior do que a COP na imprensa internacional. De descrições pitorescas, como a opção por motéis no New York Times, à plena crise, como destacado pelo Financial Times, o tema fez o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, declarar nesta semana que as negociações podem ser impactadas pelo problema.

“Se nós não tivermos todas as delegações em Belém, pode ter um questionamento sobre a legitimidade do que nós negociamos, porque alguns países não terão podido ir por causa de preço de hotel”, declarou o embaixador na terça-feira (5), em evento do Insper.

Corrêa do Lago afirmou que a legislação brasileira dificulta o controle das diárias de hospedagem, mas disse que a presidência da COP trabalha para garantir a participação de todos os países. “O meu interesse, obviamente, é impedir que os preços dos hotéis interfiram na presença de todas as delegações”, disse. A questão afeta sobretudo países em desenvolvimento, com recursos limitados.

“Se a questão de hospedagem afetar a negociação, evidentemente o presidente da COP tem que estar preocupado com isso.”

O presidente da COP já havia dito algo parecido ao Financial Times. Segundo o jornal britânico, diversas empresas e ONGs já estão limitando sua participação a eventos paralelos no Rio e em São Paulo durante o período da conferência, em novembro.

Negociadores de 25 países assinaram documento no qual sugerem que, se os preços de hospedagem exorbitantes no Pará não forem resolvidos, o evento deveria, ao menos em parte, acontecer em outro local.

Levantamento feito pela ORF, a emissora austríaca, mostrou que o custo de hospedagem de um apartamento para duas pessoas em Belém pode alcançar dezenas milhares de euros, “alguns até acima de € 100 mil (R$ 638 mil)”.

Van der Bellen é visto como um defensor da causa climática, fato evidenciado na página da Presidência e em suas redes sociais. “A crise climática é o maior desafio que a humanidade tem de enfrentar. A nossa geração é a primeira a sentir as terríveis consequências do aquecimento global e, provavelmente, a última que tem a oportunidade de tomar medidas eficazes e evitar uma catástrofe.”

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