Uma criança autista de 4 anos foi encontrada amarrada a uma cadeira no banheiro de uma escola particular em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, nesta segunda-feira (7). A professora responsável foi presa em flagrante por maus-tratos.
O caso veio à tona após uma denúncia recebida pelo vereador Leandro da Academia (Solidariedade), que se dirigiu à unidade de ensino acompanhado pela Guarda Municipal e pelo Conselho Tutelar. Ao entrarem no local, encontraram o menino com os punhos presos com fita adesiva e o tronco amarrado com um elástico.
A prefeitura confirmou a veracidade da denúncia e informou que a criança tem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), grau 3. A mãe acompanhou todo o procedimento.
A Polícia Civil autuou a educadora em flagrante e investiga se outros funcionários da escola foram omissos. Eles serão ouvidos e podem responder criminalmente. “As diligências seguem para esclarecer o caso e concluir o inquérito”, informou a corporação.
A responsável pela escola, que está afastada por questões de saúde, publicou nota em rede social classificando o episódio como “inaceitável” e garantiu estar colaborando com as autoridades. “Nunca enfrentamos algo semelhante. Estou triste e chocada com o ocorrido”, escreveu.
Veja também:
Adolescente entra em escola no RS e ataca crianças com faca
Em nota, a Brigada Militar afirmou que o ataque foi feito por um adolescente de 16 anos com uma faca. Ele foi contido e apreendido, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
O ataque foi na Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, no centro da cidade. O local tem mais de 150 alunos.
Segundo o prefeito da cidade, Geverson Zimmerman, em entrevista à Rádio Gaúcha, o adolescente está preso e era conhecido da comunidade.
“Ele entrou na escola com uma faca, fez uso de bombinhas no chão para assustá-las”, disse ele.
Segundo a SSP, o autor do ataque é paciente psiquiátrico.
A prefeitura suspendeu as aulas em toda a rede municipal de ensino por tempo indeterminado.
“Estamos com toda a nossa equipe mobilizada, prestando apoio e assistência contínua a todas as famílias e à comunidade escolar neste período”, afirmou a prefeitura.
Os ataques violentos em escolas brasileiras estão concentrados nos últimos anos, segundo o levantamento “Ataques de violência extrema em escolas do Brasil”, conduzido pelas pesquisadoras Telma Vinhas e e Cléo Garcia, ambas do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Unicamp (Universidade de Campinas).
O mapeamento aponta que dos 42 casos registrados desde 2001, 64,28% ocorreram depois de março de 2022.
O estudo mostra que no ano de 2022 o país registrou dez ataques nas unidades de ensino. Em 2023 foram 12 episódios. O número apresentou uma queda no ano passado, com cinco casos.