O Congresso do Peru aprovou nesta quinta-feira (6) uma declaração para designar a presidente do México, Claudia Sheinbaum, como persona non grata.
Segundo comunicado do Legislativo peruano, foram 63 votos a favor da declaração e 34 contrários, e houve duas abstenções.
O Congresso do Peru afirmou que a medida foi motivada pelas “recentes declarações [de Sheinbaum] a respeito da situação política no Peru” – ela criticou os presidentes que sucederam o esquerdista Pedro Castillo, destituído e preso após uma tentativa de autogolpe no final de 2022 – e pela decisão da presidente mexicana de conceder asilo político à ex-primeira-ministra peruana Betssy Chávez, que está sendo julgada junto de Castillo.
Ernesto Bustamante, um dos deputados que apresentaram a moção, disse que “declarações e ações” de Sheinbaum e do seu antecessor e padrinho político, Andrés Manuel López Obrador, desrespeitaram os princípios “do respeito mútuo e da não intervenção”.
“[Sheinbaum] deu abrigo a pessoas processadas por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado de dezembro de 2022 [e] […] está violando sua própria Doutrina Estrada [política externa do México, que prega a não intervenção] ao interferir nos processos internos do Peru”, disse Bustamante.
A deputada María del Carmen Alva, coautora da moção, também justificou a medida. “Quando uma líder estrangeira ousa chamar o golpista Pedro Castillo de presidente legítimo, ela não está oferecendo uma opinião: está insultando as instituições peruanas. E quando concede asilo a Betssy Chávez, não está demonstrando solidariedade, mas sim cumplicidade”, acusou.
Nesta semana, o governo do Peru já havia rompido relações diplomáticas com o México devido ao asilo concedido à ex-primeira-ministra de Castillo.
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