Para quem atua com day trade ou swing trade, os últimos tempos têm sido marcados por uma alta volatilidade, sobretudo por conta das incertezas geradas pela política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, que estão dificultando a leitura do mercado e exigem atenção redobrada ao gerenciamento de risco.
Esse cenário reduziu as boas oportunidades de entrada e aumentou a probabilidade de erros operacionais, especialmente entre os menos experientes.
Segundo Pam Semezzato, analista da Clear Corretora, mudanças de comportamento no preço — seja para alta, baixa ou lateralização — sempre demandam adaptação por parte dos traders.
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“O mês de julho realmente foi bem desafiador, ao mesmo tempo que devolveu muito da última alta, ficou muitos dias em consolidação, o que exigiu muita resiliência e disciplina para seguir o gerenciamento de risco e não se expor a riscos maiores.”
Ela destaca que a volatilidade tem dois lados — pode oferecer oportunidades, mas também impõe riscos extras.
“A volatilidade alta tem o lado bom e o lado ruim, como sempre, e também exige que adaptações em relação a tamanho de mão e ajustes nas posições sejam feitas”, avaliou.
Ajustes nas operações
A preparação para operar em momentos de forte oscilação envolve tanto aspectos técnicos quanto comportamentais.
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Pam enfatiza que o básico não muda: “Os ajustes devem ser feitos, principalmente em relação ao gerenciamento de risco. Não aceitar um stop maior do que deve de acordo com o seu capital e não tentar recuperar. São aqueles princípios base, que é o que mantém os traders vivos no mercado”, ressaltou.
Questionada sobre ajustes estratégicos, Pam reforçou que não é favorável a mudanças drásticas na metodologia de operação.
“Eu geralmente não sou muito a favor de ficar mudando operacional, e sim de adaptar o tamanho de mão definitivamente.”
Ela explica que preferiu ser mais seletiva nas entradas, priorizando operações com melhor relação risco-retorno. Também evitou alongar o stop mesmo diante da volatilidade. “Só entrar naquelas operações que o gerenciamento de risco permite”, recomendou.
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Segundo a analista, isso acabou significando ficar de fora de algumas operações, especialmente quando os stops exigidos estavam muito distantes. “O que eu fiz foi selecionar melhor as operações e ajustar o tamanho de mão em relação ao risco”, explicou.
Sobre mudanças em tempo gráfico ou aumento de frequência, ela também foi clara. “Mudar o tempo gráfico também não aconselho. O que eu fiz foi realmente escolher um pouco melhor as operações”, completou.
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Agosto pode trazer alívio
Apesar da incerteza, há sinais de que agosto pode marcar o início de uma fase mais estável no mercado. “Para agosto é difícil dizer se a volatilidade continua, se aumenta, se diminui. Volatilidade é cíclica. A gente já está vendo que está um pouco mais baixa, então acredito que já esteja voltando à uma normalidade do mercado”, analisou.
Com isso, a perspectiva para os próximos pregões se torna mais construtiva — desde que o risco siga sob controle e o trader mantenha a disciplina operacional. “
“Eu acredito que agosto dê uma acalmada nos mercados. Havia muita indecisão sobre a situação Brasil e Estados Unidos, e agora parece que deu uma aliviada.”
A leitura de Pam Semezzatoé de que esse alívio nas tensões pode abrir espaço para operações mais consistentes, com maior previsibilidade nos movimentos de preço.
Mas ela reforça: mesmo com o cenário mais tranquilo, o risco precisa ser respeitado. “Acredito que a gente possa ter, sim, boas oportunidades no mês de agosto com riscos controlados”, finalizou.
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