Horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o adiamento de uma cúpula programada em Budapeste no final do mês com o ditador da Rússia, Vladimir Putin, Moscou lançou um ataque mortal contra usinas de energia e uma creche na Ucrânia, deixando pelo menos seis vítimas fatais até o momento.
O líder da Casa Branca justificou na terça-feira que o encontro com Putin seria um desperdício de tempo, visto que o chefe do Kremlin não está disposto a negociar com o governo da Ucrânia o fim da guerra, recusando novamente uma proposta de cessar-fogo no conflito de três anos.
“Não quero uma reunião inútil. Não quero perder tempo”, disse Trump ao ser perguntado por jornalistas na Casa Branca sobre os motivos do adiamento do encontro com Putin, previsto inicialmente para daqui a cerca de duas semanas. O Kremlin retrucou nesta quarta dizendo que “ninguém quer perder tempo”.
Com o adiamento da cúpula, a Rússia voltou a bombardear áreas civis do território ucraniano, incluindo uma creche. Autoridades ucranianas divulgaram imagens de equipes de emergência carregando crianças pequenas de um jardim de infância em chamas na cidade de Kharkiv, no nordeste do país. De acordo com os dados preliminares, o bombardeio ao jardim de infância matou uma pessoa e feriu várias outras.
Além da creche, usinas de energia foram atingidas no ataque noturno, deixando parte da população ucraniana sem energia em todo o país, incluindo na capital, Kiev.
O presidente Volodymyr Zelensky se manifestou sobre o mais recente ataque russo, dizendo que isso apenas prova que Putin “claramente não sente pressão suficiente para parar de prolongar a guerra”.
Além dos novos ataques à Ucrânia, Putin ordenou exercícios envolvendo armas nucleares nesta quarta-feira. A iniciativa militar incluiu manobras terrestres, marítimas e aéreas de forças nucleares, logo após o adiamento da cúpula de Budapeste com Donald Trump.
Especificamente, as forças nucleares lançaram um míssil balístico intercontinental Yars – com alcance de até 12.000 quilômetros – do Cosmódromo de Plesetsk, localizado a quase 800 quilômetros ao norte de Moscou. O míssil foi lançado em direção ao local de testes de Kura, na Península de Kamchatka, a mais de 6.000 quilômetros do local de lançamento.
Também participaram o submarino nuclear Bryansk, que lançou um míssil balístico Sineva do Mar de Barents, e vários bombardeiros estratégicos Tu-95C, que dispararam mísseis de cruzeiro.
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