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“Brasil teve um desvio, mas história pouco mudou”, diz JPMorgan, que segue otimista
Economia

“Brasil teve um desvio, mas história pouco mudou”, diz JPMorgan, que segue otimista 

Um desvio, mas a história pouco mudou.

Apesar da recente queda das ações brasileiras, o cenário para o mercado do Brasil continua positivo, com os principais gatilhos para valorização mantidos: a expectativa de cortes na taxa de juros e as eleições presidenciais de 2026, apontam as estrategistas do JPMorgan Emy Shayo e Cinthya Mizuguchi.

Segundo o JPMorgan, a recente performance abaixo do esperado foi exagerada, motivada por três fatores principais: as tarifas comerciais, o desempenho da China e os resultados corporativos.

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Para as estrategistas, embora agosto possa ser um mês de baixa liquidez e volatilidade, ou o “Agosto é o mês do desgosto”, elas consideram aproveitar as quedas para comprar, já que a história fundamental do Brasil permanece intacta. À medida que a história das tarifas se acalme, a flexibilização dos juros se aproxime, assim como os fluxos para o Brasil, impulsionados pelos mercados emergentes, o otimismo deve ser retomado.

Para o banco americano, em relação às tarifas, o manual dos EUA tem sido praticamente o mesmo de outros países, quando a tarifa final acaba sendo menor do que a proposta inicial (efetivamente em torno de 33% contra 50%).

Mas a questão que permanece é o que mais pode acontecer. “A lei Magnistky será aplicada a outros países no Brasil? Isso impactará os bancos locais? E se o projeto de lei americano que impõe tarifas de 100% sobre quem compra petróleo da Rússia for aprovado? Isso afetará os preços dos ativos? Há espaço para excluir mais setores das tarifas?”, questionam as estrategistas. Para elas, esta é muito mais uma questão política do que puramente macro.

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Para implicações políticas, pesquisas mostraram que a aprovação do presidente Lula aumentou cerca de 3% após uma queda de 20% no primeiro semestre (Quaest). Já a AtlasIntel mostrou que a taxa de aprovação do presidente aumentou 3% e agora é superior à rejeição. Por fim, o Datafolha não mostrou nenhuma mudança na avaliação do presidente em relação à última observação.

No geral, as tarifas criaram uma temática para o governo explorar, apontam, mas o impacto sobre os eleitores, se houver, pode estar diminuindo.

Uma outra questão apontada pelas estrategistas é: “quanto tempo essa questão das tarifas durará e será que isso importa daqui a 14 meses?”

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As estrategistas também observam que, enquanto o mercado latino-americano teve ganhos expressivos no primeiro semestre, o segundo semestre tem sido mais desafiador, com o mercado asiático emergente ganhando força, especialmente a China. O JPMorgan observa que a recente valorização das ações chinesas, impulsionada por políticas de estímulo e recuperação econômica, pode beneficiar indiretamente o Brasil, atraindo fluxos de capital para os mercados emergentes.

Enquanto isso, a expectativa para os resultados do segundo trimestre é de crescimento modesto, com previsão de alta de 7% nos lucros das empresas latino-americanas, impulsionada principalmente pelas commodities. No entanto, o crescimento da receita deve desacelerar, refletindo o impacto das altas taxas de juros e da guerra comercial. O banco mantém a visão de que os gatilhos para valorização do mercado brasileiro permanecem, especialmente com a perspectiva de início do ciclo de cortes de juros a partir de dezembro.

Eleições no radar

O JPMorgan também ressalta ser evidente que a eleição é o evento que mais impacta o mercado em um futuro próximo.

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“O mercado antecipou a disputa porque, desde o início do ano, as pesquisas mostravam um declínio na aprovação do presidente Lula. O consenso atual do mercado é: 1) o presidente Lula provavelmente concorrerá e é competitivo; 2) a direita tem muitos candidatos possíveis, mas o preferido é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Sua situação pode ter se complicado um pouco recentemente, considerando sua associação com o ex-presidente Bolsonaro. 3) O ex-presidente Bolsonaro não estará na cédula, mas ainda há uma chance de que ele indique alguém de sua família para concorrer. Considerando os últimos eventos, seu filho Eduardo não é uma escolha provável. O ex-presidente disse que sua esposa, Michelle, concorrerá ao Senado. E a outra possibilidade é seu outro filho, Flávio, que atualmente é senador. 4) Há alguma reticência em falar sobre a perspectiva macroeconômica no momento da eleição. Embora o crescimento possa ser lento, a inflação — especialmente a dos alimentos — pode ser baixa, o que é um cenário favorável ao governo”, apontam as estrategistas.

As pesquisas recentes mostram que o presidente Lula venceria a eleição contra qualquer um de seus oponentes. Além disso, sua intenção de voto aumentou em muitas simulações. Mesmo naquelas em que o presidente se manteve estável em termos de intenção de voto, seus oponentes sofreram queda.

Outros resultados dignos de nota da pesquisa Datafolha divulgada em 3 de agosto: enquanto 71% da população acredita que Lula vai concorrer à presidência (contra 62% em abril), 54% acham que ele não deveria (contra 57% em junho). Se Lula não se candidatasse, 29% acham que ele deveria apoiar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para o cargo (contra 29%), enquanto 26% acham que deveria ser o vice-presidente, Geraldo Alckmin (contra 18%).

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Na oposição, 30% acham que Bolsonaro deve manter sua candidatura, enquanto 67% acham que ele deve apoiar outra pessoa. A substituta preferida seria a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (23%), mas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, veio logo atrás, com 21%. Em um distante terceiro lugar está Eduardo Bolsonaro (10%), seguido por Ratinho Junior e Flávio Bolsonaro, com 10% e 9%, respectivamente. Entre a família Bolsonaro, Michelle é, de fato, a que tem as maiores intenções de voto nas simulações de primeiro e segundo turno contra o presidente Lula, pontua o banco.

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