O novo plano de negócios da Petrobras (PETR4) deve ser publicado em 27 de novembro, e o mercado já especula sobre as novas perspectivas. Com base em interações recentes com agentes de mercado, o Bradesco BBI aponta as 10 principais expectativas para o anúncio.
1. Preços do petróleo
Segundo BBI, as variáveis macroeconômicas devem incluir preços mais baixos do petróleo. As premissas para o preço do barril devem cair drasticamente, de US$ 83 o barril no curto prazo em 2025 para cerca de US$ 60 em 2026, e para a faixa de US$ 60 a US$ 65 o barril no longo prazo, ante US$ 68 anteriormente.
2. Produção deve ser ajustada para cima
A produção de petróleo da Petrobras está atualmente acima de 2,5 milhões de barris por dia (bpd). A previsão anterior para o próximo ano era de 2,4 milhões de bpd. Com isso, o Bradesco BBI espera que toda a curva seja ajustada para cima em cerca de 100 mil bpd, com contribuição pós-impostos de US$ 4 a US$ 4,5 bilhões em cinco anos.
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3. Investimento de capital deve recuar
O investimento de capital (Capex) em cinco anos deve cair dos atuais US$ 98 bilhões para cerca de US$ 95 bilhões, uma redução de aproximadamente US$ 3 bilhões.
4. Cortes de custos
O novo plano deve incluir cortes de custos agregados (após impostos) de cerca de US$ 2 bilhões, principalmente relacionados a plataformas ociosas ou que serão desativadas em breve.
5. Capex de 2026 deve cair marginalmente
Dos cerca de US$ 3 bilhões em cortes previstos no plano quinquenal, cerca de US$ 1 bilhão deve ocorrer no próximo. Na opinião do banco, o Capex deve ficar estável ou ligeiramente abaixo do de 2025.
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A Petrobras deve revitalizar projetos como Barracuda/Caratinga e Marlim, mas pode enfrentar inflação de custos e acelerar projetos de refino. Além disso, deve migrar cerca de US$ 1 bilhão do “Capex em estudo” para o “Capex a ser implementado”, ligado a fusões e aquisições.
6. Dividendos quinquenais
Os pagamentos quinquenais resultantes do novo plano devem totalizar US$ 37 bilhões, com rendimento médio de 10% sobre o preço atual das ações, o que representa uma queda relevante em relação ao plano anterior, que previa US$ 55 a US$ 60 bilhões, refletindo preços mais baixos do Brent e pagamentos elevados em 2025.
7. Dividendos para 2026
O pagamento estimado para 2026 é de US$ 5,8 bilhões, equivalente a um rendimento de 7,9% sobre o preço atual das ações.
8. Fontes e usos de recursos
O Bradesco BBI estima as fontes e os usos de recursos da Petrobras em três cenários:
- O plano anterior (2025–2029);
- Novo plano assumindo Brent a US$ 65/barril;
- Novo plano com Brent a US$ 65/barril e melhorias operacionais — aumento de produção de +100 kbpd por ano, cortes agregados de investimento e custos de US$ 5 bilhões, captação de US$ 3 bilhões em dívida e manutenção da política de dividendos.
Sem essas melhorias, as fontes de recursos seriam reduzidas em cerca de US$ 16 bilhões.
9. Pagamentos de arrendamento devem diminuir
Segundo BBI, o arrendamento mercantil é uma questão central. A Petrobras deve reduzir pagamentos nos próximos cinco anos, com menor dependência de sondas de longo prazo após o fim do desenvolvimento de Búzios, em 2027.
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O plano anterior previa um limite médio de fundos de arrendamento de US$ 57,5 bilhões, o que implicava US$ 11,5 bilhões em pagamentos anuais. O BBI estima desembolsos de US$ 4,2 bilhões no primeiro semestre, subindo para US$ 10 a 11 bilhões anuais no médio prazo, antes de cair drasticamente no longo prazo.
10. Longevidade da política de dividendos
Para BBI, o principal objetivo da revisão do plano é ampliar a longevidade da política de dividendos. Com Brent a US$ 60 o barril, a política atual tem duração de apenas dois anos. Com as mudanças propostas, o horizonte pode se estender para cinco anos.
Na avaliação do BBI, o novo plano da Petrobras fortalecerá sua política de dividendos, considerando um horizonte agregado de 5 anos. “No curto prazo, não esperamos cortes significativos no investimento em caixa da empresa, o que reforça nossa tese de que a perspectiva para o rendimento trimestral de dividendos em 2026 deve se deteriorar”, comenta.
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Apesar da deterioração visível na tese de retorno total, ainda o banco ainda vê opções eleitorais na ação. Dessa forma, reiterou classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para a Petrobras, com preço-alvo de R$ 40.
Já o BTG projeta que as premissas para capex (investimentos) e opex (despesas) podem ser revisadas para baixo, enquanto a guidance de produção tem espaço para subir.
Segundo o banco, o plano atual para 2025 e 2029 ainda depende do Brent a US$ 83 o barril para 2025, contra uma média no acumulado do ano mais próxima de US$ 70 o barril, sugere espaço para um preço do petróleo mais conservador.
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Na opinião de analistas do BTG, isso cria uma assimetria positiva, embora o preço mais baixo do Brent dificulte o espaço de manobra, a Petrobras deve gerar um fluxo de caixa livre e dividendos saudáveis em 2026.
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