O governo da Austrália anunciou nesta segunda-feira (11) que o país reconhecerá o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro. A decisão foi comunicada pelo primeiro-ministro Anthony Albanese, após reunião do gabinete em Camberra, e alinha o país a nações como França e Reino Unido, que também declararam apoio à medida.
Em coletiva transmitida pela emissora pública ABC, Albanese defendeu que “a solução de dois Estados é a melhor esperança da humanidade para romper o ciclo de violência no Oriente Médio e acabar com o conflito, o sofrimento e a fome em Gaza”. O líder australiano justificou a decisão citando conversas recentes com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, ambos favoráveis ao reconhecimento.
O anúncio ocorre em meio a críticas do governo australiano a Israel sobre planos anunciados de ocupar a Faixa de Gaza. Segundo Albanese, “a situação em Gaza foi além dos piores temores do mundo. Muitas vidas inocentes foram perdidas. O governo israelense continua a desafiar o direito internacional e nega ajuda suficiente, alimentos e água a pessoas desesperadas (…) Trata-se de muito mais do que traçar uma linha em um mapa, trata-se de entregar uma tábua de salvação à legalidade de Gaza”.
A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, reforçou o posicionamento. “Deixamos claro que reconheceríamos a Palestina quando isso contribuísse melhor para o impulso em direção à paz. Setembro é o momento. Quando o mundo diz que isso já durou tempo demais. Quando o mundo diz que o sofrimento, a morte e a destruição devem terminar”, declarou ao lado de Albanese.
A decisão australiana acontece apesar de alertas de Israel. Neste domingo (10), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou como “vergonhosos” os passos de vários países em direção ao reconhecimento da Palestina neste momento.
Além de França, Reino Unido e agora Austrália, diversos outros países já confirmaram ou sinalizaram que reconhecerão oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral da ONU em setembro, entre eles Canadá, Malta, Portugal e Luxemburgo. Ao todo, segundo dados das Nações Unidas, pelo menos 145 dos 193 Estados-membros já reconhecem ou planejam reconhecer a Palestina.
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