Durante audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6), o ex-funcionário do governo dos Estados Unidos Mike Benz apresentou uma lista de organizações internacionais que, segundo ele, financiaram, com ajuda da CIA sob o governo democrata de Joe Biden, projetos de “checagem de fatos” e teriam atuado para restringir a circulação de informações favoráveis à direita nas eleições presidenciais do Brasil de 2022.
A seguir, entenda quem são e como atuam as principais ONGs mencionadas:
National Democratic Institute (NDI)
Fundado em 1983, o Instituto Nacional Democrático (NDI, na sigla em inglês) tem vínculos com membros do alto escalão do Partido Democrata americano, bem como recebe recursos do governo dos EUA e da Open Society Foundations, de George Soros, para promover a chamada “democratização” em diversos países. Segundo sua página oficial, o NDI oferece consultoria política, monitoramento de eleições e capacitação de partidos políticos, sempre sob o discurso de fortalecimento de processos democráticos.
National Endowment for Democracy (NED)
A Fundação Nacional para a Democracia (NED, na sigla em inglês) é financiada pelo Congresso dos EUA e funciona como uma agência de repasse de verbas a outras ONGs, veículos de mídia e movimentos civis, dentro e fora dos Estados Unidos. Em nome da defesa da democracia, a NED costuma apoiar projetos que promovem reformas políticas. Segundo seu site oficial, a cada ano, a entidade distribui mais de 2.000 bolsas e doações para projetos de grupos não governamentais em mais de 100 países, “voltados para promoção de democracia, direitos humanos, liberdade de imprensa, eleições livres e o Estado de Direito”.
Consortium for Elections and Political Process Strengthening (CEPPs)
O Consórcio para o Fortalecimento de Eleições e Processos Políticos (CEPPs, na sigla em inglês) reúne outras organizações como o NDI, IRI e IFES, voltado para “fortalecimento de processos políticos” e monitoramento eleitoral em diferentes partes do mundo. O grupo costuma receber financiamento de órgãos públicos dos EUA. Uma de suas principais fontes de financiamento eram o Departamento de Estado e a Usaid – encerrada pelo governo de Donald Trump. O CEPPs atua principalmente em países em desenvolvimento.
Internews
A Internews foi criada em 1982 e se dedica ao treinamento de jornalistas, apoio a veículos de mídia e projetos de comunicação digital. Embora declare trabalhar pela liberdade de imprensa, já foi alvo de reportagens internacionais que apontam o uso de recursos de governos ocidentais, inclusive da CIA, para financiar operações de mídia em diversos países do mundo. Em fevereiro deste ano, o WikiLeaks revelou que o governo dos Estados Unidos destinou nos últimos anos cerca de US$ 472 milhões à Internews para promover projetos de censura encoberta e controle de informações em diversos países.
IFES (International Foundation for Electoral Systems)
A Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES, na sigla em inglês) é especializada em assessorar processos eleitorais, promovendo consultorias técnicas e tecnológicas a órgãos de vários países, inclusive no desenvolvimento de sistemas de votação eletrônica. Seus projetos contam com recursos americanos. Segundo o site oficial da organização, que possui sede na Virgínia, a IFES já atuou em mais de 145 países, desenvolvendo projetos tanto em democracias consolidadas quanto em países em desenvolvimento.
Design 4 Democracy (D4D Coalition)
Criada em 2018, a Coalizão Design para Democracia (D4D, na sigla em inglês) reúne ONGs e empresas de tecnologia para desenvolver ferramentas digitais contra o que chama de “desinformação eleitoral”. O grupo atua em cooperação com agências públicas americanas e com grandes empresas de tecnologia, como parte de um esforço internacional para regular conteúdos e influenciar a circulação de informações nas redes sociais.
International Republican Institute (IRI)
O Instituto Republicano Internacional (IRI, na sigla em inglês) foi criado em 1983 e é vinculado ao Partido Republicano dos EUA. Sua atuação segue modelo semelhante ao NDI: treinamento político, observação eleitoral e projetos de fortalecimento institucional em países considerados prioritários para a política externa americana.
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