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“Aprendi a operar na porrada”, diz Marcelo do Fluxo Real, após 20 anos de mercado
Economia

“Aprendi a operar na porrada”, diz Marcelo do Fluxo Real, após 20 anos de mercado 





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Trader que uniu análise técnica e fluxo para criar uma metodologia própria defende disciplina, operar com exposição mínima, foco absoluto no timing das entradas e saídas e rejeita de forma contundente as promessas de dinheiro fácil que ainda dominam o discurso de muitos influenciadores do mercado financeiro.

Convidado do episódio 240 do programa GainCast, Marcelo do Fluxo Real contou como sua trajetória no mercado começou bem antes de “furar a bolha” no day trade.

“Minha história no mercado é diferente da maioria das pessoas. Eu vejo muita gente: ‘cinco, seis meses e já está consistente, ganhando 50 mil por dia’. A minha história se assemelha a de todo trader que começa a operar e começa apanhando. Você aprende na porrada”, ressalta.

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Quando o dinheiro dita o trade

Marcelo entrou no mercado ainda em 2005, após um primeiro contato com fundos de investimento durante o MBA. Na época, não havia plataformas acessíveis, nem cursos online ou influenciadores para ensinar.

“Você tinha que ser meio autodidata, consumir conteúdo externo, e mesmo assim era escasso. Não existia conta demo na época. Então fui aprender apanhando”, lembra.

Com o tempo, passou a estudar algoritmos, mas reconhece que durante anos modelou da forma errada. “Eu tentei tudo, fiz mais de 10 milhões de modelos operacionais. O problema é que você aprende a roubar. O overfitting. Você sabe onde que tem uma brecha para você poder ter um resultado esperado dentro daquele daquela modelagem”, explica.

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O que mudou sua perspectiva foi entender que o diferencial não estava na técnica em si, mas em identificar a entrada de dinheiro no mercado. “Eu pego qualquer operacional ruim, mas perseguindo o dinheiro do mercado, perseguindo o fluxo, e ele tende a funcionar melhor”, observa.

Marcelo afirma que aprendeu a transformar o fluxo em análise técnica. “Passei a graficar o fluxo, aplicar algoritmos, e entendi que com a entrada de grana, qualquer modelagem gráfica simples tende a funcionar melhor”, conclui.

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De técnico a mentor: “A tela é igual há 10 anos”

A virada de chave veio por volta de 2013, quando a volatilidade aumentou com a queda do avião de Eduardo Campos.

“Ali o dólar explode, ele começa a ter uma volatilidade boa e quando vem volatilidade fica mais fácil essa leitura e a gente consegue pegar um movimento mais amplo. Ali eu falei: agora é minha vez. Desde 2014 até hoje, venho numa evolução constante”, destaca.

Ele afirma que sua metodologia é replicável, simples e não depende de achismos. “Eu não consigo operar gráfico pelado. Quero a confirmação. Olho o que eles estão fazendo, eu olho a entrada de dinheiro e aplico o algoritmo. Só depois vem o gráfico”, reforça.

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Sobre a estrutura que usa hoje, é categórico: “A tela que a gente usa é basicamente a mesma há mais de 10 anos. Não calibro. Porque a gente está seguindo o dinheiro. Dinheiro entrou, o preço vai se deslocar”, pontua.

Técnica, timing e disciplina: o tripé do operacional

Na sala ao vivo que comanda todos os dias, Marcelo enfatiza a importância do timing e da disciplina. “Nosso foco é men baixo e mep alto. Eu conheço o trader pelo men. Não peço relatório financeiro, a única coisa que peço lá na sala é men e o mep, máxima exposição negativa (men) e maxima exposição positiva (mep)”, explica.

Com mais de 600 pessoas acompanhando diariamente e 400 operando em conta real, afirma que 98% são vencedores. “É um ambiente muito desenhado. Só não ganha quem não quer ou quem for indisciplinado”, afirma.

Para ele, a maior armadilha do trader não é o loss isolado, mas a ilusão do ganho via teimosia. “O problema não é o Dia de Fúria. O problema é que talvez esse seu ganho seja via uma teimosia que está dando certo. É o famoso médio”, analisa.

Consistência antes da transição de carreira

Marcelo é categórico ao alertar quem pensa em largar tudo para viver de trade: “Segura. Enquanto não for consistente, não mude. Todo mundo consegue operar, mas na hora H, não é para todos”, alerta.

Ele também critica o culto às promessas irreais nas redes. “Eu não quero tigrinho na minha sala. Quero gente comprometida. Se eu tirar um loss do cara no dia, já tá bom”, frisa.

Ao contrário de quem ostenta ganhos astronômicos, ele foca em mostrar que é possível performar com exposição mínima.

“Posto resultados de automações com dois contratos, ganhando R$ 300,00, R$ 400,00 por dia. Ninguém quer ver isso. Mas eu acho que esse é o caminho certo”, conclui.

Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice. 

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