O Ibovespa teve um dia de ganhos moderados, relativamente acentuados ao longo da tarde desta quarta-feira, o suficiente para levá-lo a retomar em fechamento a marca dos 142 mil pontos. O firme desempenho do índice na sessão ocorreu a despeito de ajuste negativo em Petrobras (PETR3 -1,40%, PETR4 -0,90%), em meio à correção em andamento nos preços do petróleo, e também de Banco do Brasil (BBAS3 -1,84%), descolado da sessão em geral positiva para o setor financeiro.
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) foram pressionadas pelos sinais de que a instituição pública será chamada, com a Caixa, a dar suporte à crise aguda nos Correios, em processo de reestruturação pelo governo.
Nesse contexto, o índice da B3 oscilou dos 141.153,91 até os 142.905,10 pontos (+0,86%), entre a mínima e a máxima do dia, em que saiu de abertura aos 141.682,99. Ao fim, marcava 142.603,66 pontos, em alta de 0,65% na sessão, após ter fechado a anterior bem perto da estabilidade (-0,07%).
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Com o vencimento de opções sobre o Ibovespa, o giro desta quarta-feira subiu para R$ 45,5 bilhões. Na semana, o índice da B3 avança 1,37%, com perdas no mês ainda a 2,48%. No ano, sobe 18,56%.
Na ponta ganhadora do Ibovespa, Assaí (ASAI3 +5,98%), MRV (MRVE3 +4,81%) e RD Saúde (RADL3 +4,54%). No lado oposto, Embraer (EMBR3 -2,44%), Brava (BRAV3 -2,24%) e Prio (PRIO3 -2,04%). Entre as blue chips, destaque para a alta de 1,86% em Vale (VALE3), a principal ação do Ibovespa, na contramão de queda de 1,46% para o minério em Dalian (China), e para ganhos também na casa de 1% para Bradesco (BBDC3 +1,30%, BBDC4 +1,17%) e de 1,75% em Santander (SANB11).
Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quarta-feira, enquanto as tensões entre EUA e China se estendem apesar das expectativas para o encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping. Os preços da commodity também seguem pressionados por preocupações quanto a excesso de oferta. Em Londres e Nova York, as perdas do dia ficaram na casa de 0,7%.
Para João Soares, cofundador da Rio Negro Investimentos, o cenário do exterior para Brasil continua a ser favorecido pelo ajuste no câmbio — nesta quarta em leve baixa de 0,14% para o dólar, na casa de R$ 5,46 — em meio a recentes declarações de autoridades do Federal Reserve, como as do presidente Jerome Powell, consideradas suaves (dovish) pelo mercado.
Tais desdobramentos mantêm em curso o processo gradual, e global de depreciação da moeda americana e de diversificação de investimentos em carteira para outros destinos, como os mercados emergentes, tendo em vista a perspectiva de que os juros de referência dos EUA continuarão a ser cortados pelo Fed.
Mas, acrescenta o especialista da Rio Negro, há expectativa ainda para os próximos dados sobre o mercado de trabalho e a inflação americana, que estão sofrendo atraso nas respectivas divulgações neste mês de outubro em razão do shutdown nos serviços públicos do país, ainda sem solução.
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“Sem sombra de dúvida, o que tem motivado as altas na Bolsa brasileira vem muito do otimismo e da expectativa de quedas de juros nos Estados Unidos, o que resulta em atração de fluxo estrangeiro” apesar da pausa e da realização de lucros que tem prevalecido em outubro na B3, observa Leonardo Santana, sócio da Top Gain. “O mercado vem precificando mais dois cortes de juros nos EUA até o fim do ano. E isso vem sendo evidenciado, cada vez mais, em indicadores econômicos como os da ADP sobre a folha de pagamentos que, recentemente, têm mostrado um mercado de trabalho menos aquecido”, acrescenta.
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