Adotar hábitos alimentares saudáveis é uma das estratégias para controlar o colesterol e reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, que estão entre as principais causas de morte no Brasil. É o que afirma Larissa Gavioli, nutricionista do Sírio-Libanês, que reforça a importância de escolhas conscientes no dia a dia, especialmente diante do aumento de casos no país.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 4 em cada 10 adultos brasileiros apresentam níveis elevados de colesterol total. A gravidade desse cenário é evidenciada no estudo Global Burden of Cardiovascular Diseases and Risk Factors, publicado no Journal of the American College of Cardiology, que aponta que aproximadamente 400 mil brasileiros perdem a vida, anualmente, em decorrência de doenças cardiovasculares.
“O aumento do colesterol está diretamente relacionado ao consumo excessivo de gordura saturada e à baixa ingestão de fibras, aliados ao sedentarismo e ao excesso de peso”, explica Larissa. A especialista destaca ainda que a alimentação pode não só prevenir como, em alguns casos, contribuir para a reversão do quadro de dislipidemia. “Frutas, verduras, legumes, cereais integrais e leguminosas são aliados importantes na redução do colesterol, graças à presença de fibras solúveis e fitoesteróis”, completa.
Já alimentos como carnes com gordura aparente, laticínios integrais, queijos amarelos, bacon e embutidos devem ser consumidos com moderação. “Nenhum alimento precisa ser proibido, mas o excesso é o que causa desequilíbrios. O ideal é buscar o equilíbrio e aprender a interpretar os rótulos nutricionais para evitar o consumo excessivo de gordura saturada e gordura trans”, orienta a nutricionista.
Para ela, o consumo de alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, salgadinhos, embutidos e refeições prontas congeladas, além a adesão a “dietas da moda”, como a cetogênica, low carb e paleolítica, especialmente quando seguidas sem orientação profissional, são sinais de alerta. “Essas dietas costumam ter um apelo estético, mas muitas vezes são ricas em gorduras de origem animal e podem agravar quadros de colesterol alterado. Já os ultraprocessados são ricos em gordura saturada, sódio e açúcar, que afetam negativamente a saúde do coração. Valorizar a comida de verdade, com alimentos in natura ou minimamente processados, é a base para uma alimentação que protege o coração”, afirma.
Para quem deseja iniciar mudanças na rotina alimentar, mesmo com o tempo apertado, a nutricionista sugere atitudes simples e eficazes:
- Incluir frutas, verduras e legumes nas refeições diárias.
- Priorizar cereais integrais, como arroz integral e aveia.
- Optar por carnes magras, frango sem pele e peixes.
- Escolher laticínios com menor teor de gordura, como leite desnatado, ricota e cottage.
- Evitar ou reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados.
Além da alimentação, Larissa reforça que a prática regular de atividade física e a manutenção do peso adequado são fatores fundamentais no controle do colesterol. “Com pequenas mudanças e constância, é possível melhorar a saúde do coração e evitar complicações graves no futuro”, conclui a nutricionista.
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Rafael Damas | 07:25 – 04/08/2025
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