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Acordo Brasil-China para Ferrovia Transoceânica: O Que Esperar?

O projeto da ferrovia transoceânica, que promete ligar o litoral do Brasil, no Oceano Atlântico, ao Peru, no Oceano Pacífico, avançou com um novo acordo entre Brasil e China. A ferrovia, com custo estimado em até US$ 100 bilhões (cerca de R$ 550 bilhões), tem grande interesse da China, que busca acelerar o transporte de commodities brasileiras.

Brasil e China Assinam Acordo para Estudo de Viabilidade da Ferrovia Transoceânica

O acordo foi firmado entre a empresa pública brasileira Infra S.A. e o Instituto de Planejamento e Pesquisa Econômica da China State Railway Group. A parceria visa desenvolver os estudos de viabilidade da ferrovia, sem prazo definido para conclusão.

Esse memorando de entendimento é fruto da visita de uma delegação chinesa ao Brasil em abril e da missão oficial brasileira à China, que contou com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Simone Tebet (Planejamento). Tebet destacou que o projeto só sairá do papel com capital chinês, tanto público quanto privado.

O acordo foca, inicialmente, no estudo técnico e financeiro, abrindo caminho para futuros investimentos e concessões na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo).

Ferrovia Transoceânica: Trechos e Situação Atual no Brasil

O governo brasileiro espera leiloar os principais trechos no primeiro semestre de 2026. As obras incluem os eixos da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico). No total, a ferrovia terá mais de 4.000 km, ligando Ilhéus (BA) à fronteira com o Peru, no Acre. No entanto, apenas 15% da ferrovia está pronta.

Confira a situação dos trechos:

  • Fiol 1: Ilhéus (BA) a Caetité (BA) – 537 km (concluído)

  • Fiol 2: Caetité (BA) a Barreiras (BA) – 485 km (em construção)

  • Fiol 3: Barreiras (BA) a Mara Rosa (GO) – 838 km (em projeto)

  • Fico 1: Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT) – 383 km (em construção)

  • Fico 2: Água Boa (MT) a Lucas do Rio Verde (MT) – 505 km (em projeto)

  • Trecho final: Lucas do Rio Verde (MT) a Cruzeiro do Sul (AC) – 1.416 km (em projeto), passando por Vilhena (RO), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).

Já o Peru ainda não possui um projeto para sua parte da ferrovia, que deverá cruzar a Cordilheira dos Andes até o porto de Chancay, a 80 km de Lima. Esse porto, controlado pela chinesa China Cosco Shipping Corporation e pela peruana Volcan, custou US$ 1,3 bilhão e pode movimentar até 1 milhão de contêineres por ano.

China Busca Acesso Rápido a Commodities Brasileiras

O interesse da China na ferrovia transoceânica faz parte da estratégia global chamada “Nova Rota da Seda”, que inclui projetos de infraestrutura para facilitar o transporte de commodities e produtos industrializados.

Se concretizada, a ferrovia permitirá que a China compre soja, milho, minério de ferro e outras matérias-primas brasileiras com menor custo e tempo. Por outro lado, os produtos chineses também chegarão mais rápido à América do Sul, sem depender do Canal do Panamá.

Brasil e China Fortalecem Laços Comerciais e Políticos

Durante a assinatura do acordo, o diretor-geral da China State Railway Group, Wang Jie, afirmou que a parceria é resultado da “confiança mútua” e que o projeto vai impulsionar o desenvolvimento logístico dos dois países.

O secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, reforçou que o projeto é estratégico para o Brasil e que o objetivo é acelerar os estudos até 2026, antes das eleições presidenciais.

“O projeto da ferrovia transoceânica é uma prioridade estratégica, e estamos trazendo os melhores especialistas para garantir um estudo robusto”, afirmou Ribeiro.

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