O advogado Martin De Luca, que representa o presidente americano, Donald Trump, disse que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes faz “acrobacias legais” para não “acabar do lado de uma organização terrorista” – em referência ao Comando Vermelho.
De Luca fez o comentário num post no X, no qual compartilhou uma notícia a respeito da reunião que Moraes teve com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), na segunda-feira (3), a respeito da megaoperação contra o Comando Vermelho realizada na semana passada nos complexos da Penha e do Alemão, que terminou com 113 presos e 121 pessoas mortas, quatro delas policiais.
Moraes assumiu temporariamente a relatoria da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”.
“A cena de Alexandre de Moraes ‘supervisionando’ as autoridades do Rio é totalmente surreal — manipulando narrativas, caminhando na corda bamba e fazendo acrobacias legais para evitar acabar no lado errado da história… ou de uma FTO”, afirmou De Luca no post, citando a sigla em inglês para organização terrorista estrangeira.
Após a operação, Paraguai e Argentina designaram o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho como organizações terroristas. Este ano, a gestão Trump designou vários grupos criminosos latino-americanos, como o Cartel de Sinaloa e o Tren de Aragua, como FTOs, mas ainda não fez o mesmo com os grupos brasileiros.
Em maio, foi noticiado que o Departamento de Estado americano solicitou ao Brasil que designasse PCC e CV como organizações terroristas, mas o governo Lula negou.
“Dias depois de insinuar que investigaria o governador e a polícia por confrontarem o Comando Vermelho, ele [Moraes] repentinamente caiu de paraquedas no Rio para uma sessão de fotos, câmeras filmando, fingindo supervisionar justamente as pessoas que ele se preparava para minar”, escreveu De Luca.
“O homem que construiu seu poder na censura e na perseguição agora sente o chão se mover — está desorientado, desesperado para não cair onde os criminosos que aterrorizam o Brasil caíram”, afirmou o advogado.
A Gazeta do Povo solicitou à assessoria do STF um posicionamento de Moraes sobre os comentários de De Luca, mas ainda não obteve resposta. Este texto será atualizado caso haja retorno.
Rumble e Trump Media ingressaram este ano com um processo contra Moraes na Justiça Federal da Flórida, alegando que medidas do ministro do STF relativas à plataforma de vídeos seriam ilegais pela legislação americana.
A Trump Media faz parte da ação porque o Rumble fornece serviços de nuvem para a Truth Social, principal produto da empresa de mídia do presidente americano.
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