O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (31) que designou a Nigéria como um país de preocupação especial devido à perseguição contra cristãos, o que abre a possibilidade de sanções contra o país africano.
Em post na rede Truth Social, Trump escreveu que “o cristianismo enfrenta uma ameaça existencial na Nigéria”, onde “milhares de cristãos estão sendo mortos”, e que “islamistas radicais são responsáveis por esse massacre”.
“Quando cristãos, ou qualquer outro grupo semelhante, são massacrados como está acontecendo na Nigéria (3.100 contra 4.476 em todo o mundo), algo precisa ser feito!”, acrescentou o presidente, citando números de cristãos mortos na Nigéria e em todo o mundo entre outubro de 2023 e setembro de 2024, segundo a ONG cristã Portas Abertas.
“Solicito ao deputado Riley Moore, junto do presidente Tom Cole, da Comissão de Orçamento da Câmara, que investiguem imediatamente essa questão e me apresentem um relatório. Os Estados Unidos não podem ficar de braços cruzados enquanto tais atrocidades acontecem na Nigéria e em inúmeros outros países. Estamos prontos, dispostos e aptos a salvar nossa grande população cristã em todo o mundo!”, disse Trump.
Em setembro, o senador americano Ted Cruz, do Partido Republicano, havia apresentado um projeto de lei justamente para que o governo dos Estados Unidos designasse a Nigéria como um país de preocupação especial e aplicasse sanções.
No seu relatório sobre liberdade religiosa no período 2023-2024, divulgado na semana passada, a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, na sigla em inglês), uma fundação pontifícia da Igreja Católica, registrou a onda de violência crescente contra cristãos na Nigéria, impulsionada em grande parte por grupos terroristas islâmicos, como o Boko Haram e o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (Iswap, na sigla em inglês), com matanças e raptos.
A organização local Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety) estimou que cerca de 52 mil cristãos e 34 mil muçulmanos moderados foram mortos no país africano entre 2009 e 2023. De 2015 até o ano retrasado, 18 mil igrejas foram atacadas na Nigéria, de acordo com a Intersociety.
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