SÃO PAULO (Reuters) – As ações da Desktop dispararam quase 18% nesta quinta-feira, no segundo pregão seguido de alta robusta, após um tombo na terça-feira, após a Anatel apontar em relatório publicado na segunda-feira preocupações concorrenciais em uma possível aquisição da empresa pela Claro.
Os papéis da provedora de banda larga vinham mostrando forte valorização desde o último dia 7 em meio a expectativas envolvendo um negócio com a operadora de telecomunicações do grupo mexicano América Móvil, principalmente após a companhia confirmar conversas preliminares com a Claro.
Até o dia 20, tinham acumulado alta de mais de 54%, fechando no azul em nove de dez pregões. Um relatório da Agência Nacional de Telecomunicações publicado na última segunda-feira, porém, abriu espaço para uma forte correção no dia seguinte, quando as ações fecharam em baixa de 26,42%.
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A Anatel afirmou que uma possível venda da Desktop para a Claro deve “levantar preocupações não desprezíveis quanto a possível agravamento de situações relacionadas a custos de mudança (switching costs) e efeito de aprisionamento (lock-in)”.
De acordo com a análise, que versa apenas sobre o cenário competitivo, um eventual negócio pode “dificultar a entrada efetiva de novos agentes (empresas), a capacidade de rivalizar das concorrentes presentes no mercado e facilitar a prática de condutas lesivas à concorrência, entre outras”.
Nesta quinta-feira, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, afirmou que as negociações continuam de pé e que as partes fizeram mais uma rodada de conversas na quarta-feira. Ainda conforme o texto, uma oferta vinculante deve ser assinada até semana que vem a R$21 por ação.
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Em relatório no dia 21, analistas do BTG Pactual avaliaram que um acordo entre as duas companhias tem sentido estratégico para a América Móvil, que, por meio da Claro, é a principal operadora de banda larga do país. Eles destacaram que o grupo tem acelerado a migração de sua base de clientes para tecnologia de fibra até a residência, a fim de proteger seu mercado do avanço dos provedores que operam exclusivamente com fibra.
“A aquisição da Desktop aceleraria essa migração, já que a empresa traz 1,2 milhão de clientes de fibra e uma infraestrutura óptica que a Claro poderia utilizar imediatamente para migrar seus clientes da tecnologia legada”, afirmaram Carlos Sequeira e equipe no relatório.
“Além disso, como a Desktop opera exclusivamente no Estado de São Paulo, a aquisição ajudaria a consolidar a posição da Claro no estado mais populoso do Brasil”, acrescentaram.
Na bolsa paulista, por volta de 11h30, as ações da Desktop eram negociadas com alta de 11,81%, a R$15,15, tendo chegado a R$15,95 na máxima até o momento (+17,7%). No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, que não tem os papéis da empresa em sua composição, subia 0,51%.
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