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JPMorgan faz projeção para 3T dos bancões e cita preferidas
Economia

JPMorgan faz projeção para 3T dos bancões e cita preferidas 

Em relatório de prévia do terceiro trimestre de 2025 (3T25) para bancos brasileiros, os analistas do JPMorgan apontaram esperar um trimestre bom, mas não excelente, para o setor.

Após um primeiro semestre de 2025 marcado pela expansão da margem líquida ajustada ao risco (NIM), que deve continuar em grande parte, o JPMorgan acredita que a atenção dos investidores na segunda metade do ano está se voltando para a qualidade dos ativos.

“Esperamos que a inadimplência do consumidor se mantenha (devido à baixa inflação, transferências sociais, baixo desemprego, crescimento real dos salários, etc.), mas alguma piora marginal nos empréstimos comerciais é esperada”, avaliam Yuri Fernandes e equipe, que assinam o relatório.

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Os casos corporativos têm sido um tema comum e motivo de preocupação entre investidores, reforçam os analistas. Como alguns desses casos são mais expostos a detentores de títulos e são relativamente antigos (provavelmente já provisionados ou incorporados nas orientações para 2025), a preocupação do banco americano é que as taxas de juros mais altas gerem novos casos e continuem prejudicando o setor.

Leia também: Bradesco positivo e BB de novo ponto fraco: o que a XP espera para os bancões no 3T25

“Em nossa visão, é simplesmente muito difícil para indústrias com margens baixas e lucros voláteis sustentar taxas de juros de 15% por longos períodos. Também esperamos alguma deterioração nas pequenas e médias empresas (PMEs), embora o fato de os bancos estarem aproveitando mais programas governamentais, alguns com carência superior a um ano, deva ajudar a manter a inadimplência sob controle, pelo menos por enquanto”, aponta.

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Para os analistas, os empréstimos ao agronegócio devem continuar sendo um desafio, especialmente para o Banco do Brasil (BBAS3) – mas isso não é novidade e já está refletido nas expectativas.

No geral, o JPMorgan vê alguma piora pontual nos NPLs (índices de inadimplência), aumento do custo do risco em relação ao primeiro semestre, mas ainda assim qualidade de ativos razoável para o trimestre. Quanto ao crescimento dos empréstimos, foi mais forte do que o esperado no ano, mas ainda espera desaceleração no terceiro trimestre, impulsionada pela valorização do real e desempenho fraco em produtos como empréstimos consignados tradicionais.

Assim, lembra que o terceiro trimestre marca o reajuste salarial (5,68%), que deve exercer pressão mínima sobre despesas administrativas e gerais (G&A).

Neste cenário, o JPMorgan aponta as suas preferências antes do 3T25. O banco americano prefere Nubank (BDR: ROXO34) em relação a Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11).

Já o Bradesco (BBDC4) deve continuar a recuperar a rentabilidade gradualmente e deve ter bom desempenho, embora o posicionamento pareça alto atualmente. Para o Itaú (ITUB4), o JPMorgan possui uma postura mais neutra para o trimestre em relação ao consenso.

Veja as recomendações dos analistas do JPMorgan para os bancos:

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EmpresaTickerMoeda*Recomendação**Preço-Alvo
Itaú UnibancoITUB4 BZBRLOW43,00
Itaú Unibanco ADRITUB USUSDOW7,00
Banco do BrasilBBAS3 BZBRLN24,00
Banco BradescoBBDC4 BZBRLN19,00
Banco Bradesco ADRBBD USUSDNn/c***
Santander BrasilSANB11 BZBRLOW35,00
NubankNU USUSDOW17,00
InterINTR USUSDOW9,00
Inter – BDRINBR32 BZBRLOW50,00
BanrisulBRSR6 BZBRLN15,00
Banco ABCABCB4 BZBRLNn/c
*BRL = real ; *USD = dólar
**OW – overweight, exposição acima da média, equivalente à compra / N – neutra
***n/c = sem mudanças

Confira as projeções dos analistas do JPMorgan para o 3T25 dos bancos:

Nubank – o banco vê que o momentum de resultados deve continuar forte. Apesar da visibilidade limitada, espera outro balanço forte, apoiado por: (i) melhoria das margens no México, refletindo menores custos de captação; (ii) receita líquida de juros (NII) com efeito positivo do segundo trimestre, refletindo expansão da margem e crescimento da carteira; e (iii) real mais forte.

No Brasil, dados do Banco Central de julho indicam lucro em torno de R$ 3,8 bilhões no trimestre, ou R$ 4,2 bilhões se incluir a diferença média entre resultados BRGAAP e IFRS nos trimestres anteriores. O banco não alterou as suas estimativas em reais (R$ 4,037 bilhões, implicando ROE, ou retorno sobre patrimônio, de 30% e crescimento trimestral de 11%), mas elevou a estimativa em dólares para US$ 739 milhões, acima do consenso Bloomberg, refletindo real mais forte no trimestre (média de R$ 5,45). Também vê tendências positivas no México, com crescimento de empréstimos de 18% trimestre a trimestre em moeda local e melhora nos NPLs, além de crescimento razoável de clientes de renda média no Brasil, o que pode liberar potencial de crescimento. A inadimplência deve permanecer controlada.

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Inter (BDR: INBR32) – o JPMorgan projeta continuidade das tendências, com crescimento de empréstimos de 25-30% ano a ano e foco dos investidores na evolução da folha privada. O novo marco do FGTS, embora não impacte o 3T25, é algo a ser monitorado, pois o FGTS representa cerca de R$ 3,6 bilhões ou 9% dos empréstimos totais e pode perder força. Na margem líquida de juros (NIM), há preocupação com o impacto do IPCA, pois o Inter tem posição estrutural longa em inflação devido a home equity, hipotecas e títulos indexados à inflação. A previsão é de lucro de R$ 346 milhões excluindo minoritários, com ROE de 14,6%.

Itaú Unibanco – Mais uma vez, na visão dos analistas, o Itaú deve entregar um trimestre sem surpresas, sustentando sua tese de investimento, especialmente com a volatilidade aumentando em 2026. O crescimento dos empréstimos deve perder ritmo, principalmente devido à valorização do real, que impacta empréstimos corporativos.

O banco acredita que a empresa pode atingir o ponto médio da orientação (4,5–8,5%), apoiada por linhas como PMEs e hipotecas. As estimativas são de lucro recorrente em R$ 11,8 bilhões, implicando ROE de cerca de 23%, embora dados do Banco Central de julho indiquem possível superação desses números.

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Bradesco – o JPMorgan vê que a recuperação gradual deve continuar; receitas fortes versus custos maiores dominarão o trimestre: “esperamos um bom trimestre, com a maioria das linhas no limite superior da orientação anual. Na última teleconferência, a empresa mencionou que a receita líquida de juros ajustada ao risco deve ganhar impulso na segunda metade do ano, o que pode significar margens maiores”.

Contudo, apesar das expectativas mais altas, acredita que investidores valorizarão mais os resultados da receita líquida de juros do cliente do que os da receita líquida de juros de mercado, que tem ficado acima da orientação da empresa. No geral, projeta lucro de R$ 6,2 bilhões, alta de 2% trimestre a trimestre e ROE de 14,7%.

Banco do Brasil – o JPMorgan cortou suas estimativas em 16%, para R$ 3,6 bilhões, 7% abaixo do consenso. As expectativas dos investidores pioraram desde o dia do investidor e a atualização do RI, principalmente devido a atrasos na MP 1.314/2025, que permitirá o refinanciamento do agronegócio (programa anunciado em setembro, mas implementado recentemente), o que pode ter gerado risco moral no 3T25 (produtores rurais aguardando o programa para refinanciar dívidas).

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Além disso, dados regulatórios do Banco Central para agosto mostraram lucro contábil de R$ 780 milhões (R$ 2,3 bilhões em ritmo anual contábil ou R$ 3 bilhões em ritmo gerencial, assumindo ajustes econômicos de R$ 700 milhões). Embora há alguns meses as expectativas fossem por um trimestre semelhante ao 2T25, acredita que o 3T25 será mais desafiador.

Santander Brasil – a projeção é de um trimestre misto. Os pontos negativos são o crescimento moderado dos empréstimos e da receita líquida de juros (vê risco de queda nas estimativas). Nos segmentos, PMEs e crédito ao consumidor continuam performando bem, enquanto grandes corporações devem sofrer com a valorização do dólar (cerca de 30% da carteira em dólar).

Os pontos positivos são as receitas de tarifas e despesas operacionais. No geral, projeta lucro gerencial de R$ 3,8 bilhões, alta de 4% trimestre a trimestre e ROE de 16,6%.

Banrisul (BRSR6) – a projeção de lucro de R$ 257 milhões para o trimestre, com ROE de 9,7%.

ABC Brasil (ABCB4) – a projeção é de lucro de R$ 259 milhões para o trimestre, com ROE de 15,4%.

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