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Relação Trump-Putin vai da esperança ao confronto novamente
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Relação Trump-Putin vai da esperança ao confronto novamente 

Na quinta-feira passada (16), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ditador da Rússia, Vladimir Putin, se falaram novamente por telefone e após a conversa o mandatário americano foi à rede Truth Social manifestar esperança: disse que em breve se encontraria com o líder russo em Budapeste, na Hungria, “para ver se conseguimos pôr fim a esta guerra ‘inglória’ entre a Rússia e a Ucrânia”.

Entretanto, desde então, uma série de fatos espantou qualquer otimismo, e os dois lados voltaram a tomar ações em clima de confronto.

Tudo começou na segunda-feira (20), quando o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e seu homólogo russo, Sergei Lavrov, conversaram por telefone, como um dos preparativos para o encontro Trump-Putin.

Entretanto, Lavrov jogou um balde de água fria ao dizer que “a Rússia não alterou suas posições” e não estava disposta a fazer qualquer concessão para que a paz fosse alcançada.

Na terça-feira (21), Trump informou que o encontro com Putin foi adiado por tempo indeterminado. “Não quero uma reunião inútil. Não quero perder tempo”, disse a jornalistas na Casa Branca.

Nesta quarta-feira (22), o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, concordou. “Ninguém quer perder tempo. Nem o presidente Trump nem o presidente Putin”, afirmou.

Hoje, as tensões aumentaram devido a manobras por terra, mar e ar das forças nucleares da Rússia, que Putin alegou que foram “exercícios de rotina”.

As forças nucleares lançaram um míssil balístico intercontinental Yars – com até 12 mil quilômetros de alcance – do cosmódromo de Plesetsk, localizado a quase 800 quilômetros ao norte de Moscou.

O míssil foi lançado em direção ao polígono de Kura, na península de Kamchatka, a mais de 6 mil quilômetros do local de lançamento.

Além disso, também participaram o submarino nuclear Briansk, que lançou um míssil balístico Sineva do Mar de Barents, e vários bombardeiros estratégicos Tu-95C, que dispararam mísseis de cruzeiro.

Também nesta quarta-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, lamentou a falta de diálogo com os Estados Unidos em matéria de não proliferação nuclear e advertiu sobre uma possível escalada se o Start III, o Tratado de Redução de Armas Estratégicas, não for prorrogado.

“Uma alternativa indesejável à medida proposta pela Rússia seria a criação de um vácuo total em termos de restrições ao potencial nuclear, o aumento das tensões e uma maior escalada da ameaça nuclear”, afirmou Ryabkov durante um seminário sobre política nuclear, segundo informou a agência de notícias Tass.

Em outro fato que gerou repercussão mundial, o The Wall Street Journal noticiou que Washington teria aprovado que a Ucrânia use mísseis de longo alcance em território russo, mas Trump disse na Truth Social que a reportagem era “fake news”.

“Fechando” o dia, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou novas sanções contra a Rússia, que visaram duas grandes petrolíferas russas, a Rosneft e a Lukoil, alegando “falta de comprometimento sério da Rússia com um processo de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia”.

As idas e vindas de Trump e Putin

Não é a primeira vez que azeda a relação entre Putin e Trump, que prometeu durante a campanha presidencial de 2024 acabar com a guerra na Ucrânia no primeiro dia do seu segundo mandato.

Em março, Trump combinou dois acordos de cessar-fogo com a Ucrânia e a Rússia, para interromper os ataques às infraestruturas de energia russas e ucranianas durante 30 dias e os confrontos no Mar Negro, apenas para ser humilhado pela desobediência de Putin ao combinado.

Irritado com a falta de negociações, Trump disse em julho que aplicaria tarifas de 100% sobre produtos importados da Rússia e secundárias no mesmo patamar a nações que compram do país de Putin caso não fosse alcançado um acordo para interromper a guerra com a Ucrânia dentro de 50 dias.

Trump posteriormente reduziu o prazo para 8 de agosto, mas as tarifas secundárias não foram impostas naquele dia porque foi marcada uma reunião entre o presidente americano e o ditador russo no Alasca na semana seguinte.

Mesmo com o encontro em 15 de agosto não tendo resultado numa trégua, Trump classificou a reunião como “produtiva” e não aplicou as tarifas a todos os compradores de produtos russos – dias depois, entrou em vigor uma taxa de 50% à Índia por comprar petróleo da Rússia.

Três dias após o encontro no Alasca, o presidente americano realizou uma reunião na Casa Branca com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus e da Otan, na qual foram debatidas garantias de segurança futuras para a Ucrânia, e anunciou que marcaria um encontro entre o mandatário ucraniano e Putin. Entretanto, tal reunião não ocorreu devido à resistência do Kremlin.

Nesta quarta-feira, falando com a imprensa ao lado do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, no Salão Oval da Casa Branca, Trump disse que as sanções contra as petrolíferas russas foram aplicadas porque ele sentiu “que era a hora”.

“Esperamos muito tempo”, afirmou o presidente americano. “São sanções tremendas. São pesadas, são contra as duas grandes empresas petrolíferas deles”, acrescentou, deixando, entretanto, novamente uma ponta de otimismo no ar. “Esperamos que não durem muito. Esperamos que a guerra seja resolvida”, disse Trump.

Considerando as idas e vindas com Putin desde janeiro, quando o republicano voltou à Casa Branca, segue difícil projetar quando o conflito, que na sexta-feira (24) completará três anos e oito meses, finalmente será interrompido.

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