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ação sobe com resultado do 3T após balanços de turbulência; o que explica?
Economia

ação sobe com resultado do 3T após balanços de turbulência; o que explica? 

Depois de alguns trimestres pós-resultados de muita turbulência, as ações da WEG (WEGE3) têm uma sessão de relativa tranquilidade após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025 (3T25). Às 11h55 (horário de Brasília) desta quarta-feira (22), os ativos subiam 1,56%, a R$ 40,29.

A fabricante de motores elétricos registrou um lucro líquido de R$ 1,650 bilhão no terceiro trimestre de 2025, o que representa alta de 4,5% ante o apurado em igual período de 2024, avanço anual de 3,7%. Com o desempenho de julho a setembro no acumulado do ano a WEG acumula lucro de 4,788 bilhões, montante 10,1% maior frente o reportado nos primeiros nove meses do ano passado.

Para a Ativa Investimentos, a WEG reportou um resultado fraco perante seu histórico, mas em linha com o estimado. A receita líquida ficou em R$ 10,3 bilhões, alta anual de 4,2% ano a ano e em linha com as suas estimativas, sendo impactada pela dinâmica mais fraco para projetos de longo prazo e pela base de comparação no segmento de aerogeradores.

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Apesar disso, ciclo curto segue saudável, assim como o segmento de T&D (Transmissão e Distribuição). A margem Ebitda ficou levemente acima do esperado, em 22,2% (versus 21,5% estimado), -0,4 ponto percentual na base anual, mantendo uma dinâmica saudável devido ao mix, mas impactado por um aumento de custos com algumas matérias-primas e a consolidação dos negócios da Marathon.

Para Gustavo Moreira, planejador financeiro, o balanço da WEG veio ligeiramente abaixo do esperado, mas ainda mostra uma empresa sólida e resiliente.

O ponto positivo, avalia Moreira, é que a WEG conseguiu manter crescimento mesmo em um cenário global mais desafiador, mostrando eficiência operacional e boa gestão de custos. Por outro lado, avalia, o ritmo de expansão desacelerou, as margens sofreram leve pressão e o crescimento futuro já parece mais moderado, o que indica um cenário de cautela para os próximos trimestres.

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“É importante observar que as tarifas impostas pelos Estados Unidos trazem um risco real para a WEG, mas o impacto direto neste balanço foi limitado”, aponta. As novas tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros pressionam o custo das exportações, mas a empresa tem conseguido mitigar parte desses efeitos porque menos de um terço do que ela vende para os EUA é produzido no Brasil. Além disso, a WEG já vem redirecionando parte da produção para outros países.

Ainda assim, vê as tarifas como um fator de atenção para os próximos resultados, pois podem reduzir competitividade e pressionar margens se o cenário se prolongar.

Para o Bradesco BBI, os resultados confirmam o momentum fraco para as receitas. A receita total ficou razoavelmente em linha com nossa estimativa, impulsionada por uma superação no EEI (Eficiência Energética e Automação Industrial) e uma perda no GTD (Geração, Transmissão e Distribuição).

“Vemos essa combinação como negativa para a perspectiva de curto prazo. A receita do EEI cresceu 9% em reais, superando nossa estimativa em 6%, apoiada pela sólida demanda por produtos de ciclo curto e boas entregas de itens de ciclo longo. No entanto, a empresa observou um ambiente de investimento restritivo, sugerindo que o momentum do ciclo longo está enfraquecendo. A receita do GTD caiu 4% em reais, abaixo de nossa estimativa em 7%, já que a ausência de entregas de geradores solares e eólicos teve um impacto maior do que o esperado”, avalia o BBI.

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O banco aponta que, embora a empresa indique forte demanda por produtos de T&D, a WEG continua enfrentando restrições de capacidade de curto prazo. Além disso, espera que a falta de receita com energia solar impulsionasse as margens no 3º trimestre, porém a margem EBITDA permaneceu praticamente estável em relação ao trimestre anterior, impactada por custos mais altos com matéria-prima. Embora as tarifas americanas sobre as exportações da WEG do Brasil possam explicar em parte a margem abaixo do esperado, observa que a empresa vem indicando que os resultados do 3º trimestre não seriam significativamente afetados pelas tarifas devido aos estoques existentes nos EUA.

O EBITDA ficou 2,2% abaixo da sua estimativa, e o lucro líquido ficou 2,2% abaixo da projeção.

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Já para a XP, há sinais positivos emergindo dos resultados da WEG. Embora os números tenham ficado amplamente em linha com as expectativas, o melhor desempenho do EEI (combinado com as indicações de aceleração da entrada de pedidos de seus pares) ajuda a aliviar as preocupações quanto a uma potencial desaceleração adicional da receita em meio à atividade industrial mais fraca.

Além disso, embora a capacidade limitada de produção de T&D continue a restringir o crescimento de curto prazo, mantém uma visão construtiva sobre os ventos favoráveis ​​de longo prazo, com o crescimento dos lucros de dois dígitos sendo retomado em 2027 e se estendendo para o médio prazo.

Após o balanço, as recomendações seguem divididas. O BBI tem recomendação neutra para os ativos, com preço-alvo de R$ 44; enquanto isso, o Goldman Sachs tem recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 37,80.

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“Continuamos com a recomendação de venda para a WEG, apesar do desempenho inferior ao do ano em relação ao Ibovespa, visto que continuamos a ver espaço limitado para uma reclassificação do preço das ações, no curto prazo, em um contexto de enfraquecimento do momentum, dado: i) a desaceleração do crescimento da receita líquida; ii) o aumento da incerteza macroeconômica, atrasando as decisões de investimento em projetos de ciclo longo; e iii) o espaço limitado para crescimento em sua divisão de GTD no curto prazo”, avalia o Goldman.

O JPMorgan, por sua vez, tem recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra). Na mesma linha, o Santander tem recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra); o banco ressalta que os resultados da WEG no 3T25 ficaram em linha com as expectativas do mercado, com uma superação de 1% a 2% em relação às nossas projeções de lucro líquido e às projeções consensuais, principalmente sustentada por uma ligeira surpresa positiva na margem e uma baixa alíquota efetiva de imposto (de cerca de 16%).

O crescimento da receita da WEG continua pressionado por incertezas geopolíticas que causam adiamentos em investimentos de clientes, combinadas com uma menor contribuição da receita proveniente de energias renováveis ​​e uma depreciação sequencial do dólar (-1,6% em relação ao trimestre anterior, em média). Por outro lado, um melhor mix de produtos levou a margens EBITDA estáveis, compensando qualquer impacto das iniciativas de mitigação relacionadas às tarifas mais altas impostas pelos EUA durante o período. “Não consideramos esses números suficientes para desencadear uma reação positiva na ação, mas destacamos que a exposição do mercado na venda está em suas máximas de um ano, o que pode levar a algum tipo de short squeeze durante o dia”, avalia.

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A XP, embora, reitere recomendação neutra e leve em conta a desaceleração do crescimento dos lucros no curto prazo (limitando o potencial de valorização), acredita que a assimetria para as ações é positiva a preços atuais.

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