A Eletrobras (ELET3) chama atenção por figurar entre as ações mais “caras” do Ibovespa segundo o Índice de Força Relativa (IFR). A leitura mais recente coloca o ativo em 78,82 pontos, patamar de região de sobrecompra — sinal de que, após forte valorização, pode estar perto de uma correção. No acumulado de 2025, os papéis sobem 70,15%, enquanto em 12 meses avançam 53,85%.
Na ponta oposta, a Marfrig (MBRF3) aparece como uma das ações mais “baratas” do índice, com IFR em 25,21, nível de sobrevenda que sugere possível desconto e oportunidade para investidores em busca de entrada. O desempenho, porém, é negativo: em 2025 a queda é de 19,31%, e no acumulado de 12 meses a valoriza 2,91%.
- Saiba mais: Eletrobras vende “último grande risco” para tese de investimentos e ações sobem
- E também: XP inicia cobertura de MBRF (MBRF3) e prega cautela; veja análise
IFR: ações da bolsa
O Índice de Força Relativa (IFR), um dos principais indicadores da análise técnica, mede a intensidade dos movimentos de preço em uma escala de 0 a 100. Acima de 70, o ativo é considerado sobrecomprado; abaixo de 30, sobrevendido.
Na prática, isso significa que a Eletrobras pode estar em momento de euforia, enquanto a Azzas enfrenta pressão vendedora que pode abrir espaço para repiques de alta.
Além delas, também estão entre as ações mais sobrecompradas Eletrobras (ELET6), Weg (WEGE3), Usiminias (USIM5) e Gerdau (GOAU4).
Já entre as mais pressionadas figuram Azzas (AZZA3), CVC (CVCB3), Brava (BRAV3) e Vamos (VAMO3), que operam em níveis técnicos de maior fragilidade.

Análise técnica Eletrobras (ELET3)
A Eletrobras acumula alta de 70,15% em 2025 e avança 4,02% em outubro, renovando máxima histórica em R$ 54,63. O papel segue em forte tendência de alta, com estrutura técnica favorável à continuidade do movimento comprador.
O IFR (14) em 78,82 indica zona de sobrecompra, o que pode gerar correção pontual, embora o gráfico ainda mostre força para novas altas. O ativo permanece acima das médias móveis de 9 e 21 períodos, sustentando o viés positivo de curto e médio prazo.
Suportes: R$ 52,65; R$ 51,24; R$ 49,46; R$ 47,34; R$ 45,53; R$ 42,72; e média de 200 períodos em R$ 40,09.
Resistências: R$ 54,63 (topo histórico); R$ 55,34; R$ 56,28; R$ 57,23; R$ 58,40/60,00.

Análise técnica Marfrig (MBRF3)
A Marfrig recua 19,31% em outubro, mas ainda acumula alta de 2,91% em 2025. O ativo segue em tendência de baixa, movimento iniciado após renovar o topo histórico em R$ 24,73.
O papel negocia abaixo das médias móveis, com IFR (14) em 25,21, indicando zona de sobrevenda. O afastamento das médias sugere possibilidade de repique técnico de curto prazo, mas a estrutura principal segue negativa enquanto não houver retomada acima das resistências próximas.
- Resistências: R$ 16,31; R$ 18,23; R$ 19,70; R$ 21,42; R$ 23,22; e R$ 24,73 (máxima histórica).
- Suportes: R$ 14,80; R$ 13,71; R$ 12,84; R$ 11,97; R$ 11,50.

(Rodrigo Paz é analista técnico)
The post Eletrobras (ELET3) e Marfrig (MBRF3): o que explica trajetórias tão opostas? appeared first on InfoMoney.
Fique conectado