Um artigo da colunista Mary Anastasia O’Grady publicado neste domingo (19) pelo jornal The Wall Street Journal levanta abertamente a hipótese de que o sistema da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (Customs and Border Protection ou CBP, na sigla em inglês) pode ter sido alvo de uma invasão de autoridades brasileiras.
A suspeita está relacionada ao caso do ex-assessor da Presidência Filipe Martins, preso no Brasil com base em documentos considerados falsos pelo próprio CBP. Segundo o jornal, “o caso tem todas as características de uma possível infiltração estrangeira dentro do CBP”.
A matéria recorda que o órgão do governo americano criticou recentemente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por ter usado um registro falso para justificar a prisão preventiva de Martins por seis meses.
O’Grady relata a história do caso, que começou quando a Polícia Federal usou uma página pública da CPB indicando uma suposta entrada de Martins nos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. O ministro se baseou nessa informação para alegar risco de fuga e prendê-lo.
Como a página não tem valor legal, a defesa solicitou o I-94, documento oficial que registra a entrada de estrangeiros nos EUA, e o CBP respondeu que ele não existia – até que, um mês depois, surgiu um documento visivelmente falso. Mesmo com provas da falsificação, o CBP só corrigiu os erros e passou a dificultar esclarecimentos, relata a jornalista. A defesa acionou a Justiça americana para identificar os responsáveis, e a informação do registro foi entregue com alguns dados ocultados.
“O caso está na fase de produção de provas. Enquanto isso, os americanos têm razão em perguntar o que o CBP está tentando esconder”, conclui O’Grady.
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