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Provável nova premiê quer ser Dama de Ferro do Japão
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Provável nova premiê quer ser Dama de Ferro do Japão 

Sanae Takaichi, ex-ministra da Segurança Econômica e de Assuntos Internos e Comunicações do Japão, foi eleita no último fim de semana como líder do conservador Partido Liberal Democrata (LDP), legenda que atualmente governa o país asiático.

Caso o Parlamento japonês confirme sua indicação para primeira-ministra, em votação que deve ocorrer no próximo dia 15, ela se tornará a primeira mulher a exercer o cargo de premiê do Japão.

Durante a campanha pela liderança do LDP, Takaichi disse que planeja se tornar uma “Dama de Ferro” do Japão, em referência à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.

Entretanto, analistas têm apontado que há um porém nessa comparação. A ex-ministra prega valores familiares conservadores – é contra revisar a norma que proíbe casados de terem dois sobrenomes (o que, no Japão, faz com que mais de 90% das mulheres que se casam tenham que abrir mão do sobrenome de solteira) –, uma postura nacionalista e uma posição “de ferro” em relações internacionais, com um discurso forte contra a China e a intenção de revisar a Constituição japonesa, para que o Japão tenha forças armadas permanentes (hoje, formalmente, possui apenas Forças de Autodefesa).

Nesse sentido, a comparação com Thatcher até faz sentido. Porém, na parte econômica, Takaichi se distancia muito da ex-premiê britânica, que sempre pregou a responsabilidade fiscal.

Takaichi já afirmou que pretende retomar a agenda “Abenomics”, criada pelo ex-premiê Shinzo Abe, com grandes investimentos públicos para impulsionar a economia.

“Tanto para Takaichi quanto para Abe, a prudência fiscal é menos importante do que o crescimento”, disse Taniguchi Tomohiko, ex-assessor de Abe que apoiou a campanha de Takaichi, em entrevista à revista inglesa The Economist.

Em editorial publicado na segunda-feira (6), o conservador The Wall Street Journal disse que, apesar de se comparar a Thatcher, os planos de Takaichi para sua política econômica “são uma miscelânea”.

“Ela é geralmente descrita como uma ‘pomba fiscal’ [termo que designa gestores públicos gastadores] no estilo Abe, o que significa que não tem medo de gastos deficitários em busca do crescimento econômico. Isso fracassou todas as vezes que foi tentado, quando Tóquio direcionou dinheiro emprestado para subsídios à política industrial ou obras públicas — e a senhora Takaichi promete ambos”, alertou o WSJ.

“O Japão não pode se dar ao luxo de desperdiçar dinheiro em estratégias que não levam ao crescimento quando a dívida pública está acima de 200% do PIB e o serviço da dívida e as pensões dos aposentados consomem, juntos, 58% do orçamento”, afirmou o jornal americano.

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