As ações da Ambipar (AMBP3) despencaram mais de 30% nesta segunda-feira (6), após a companhia prestar esclarecimentos à Justiça do Rio de Janeiro em um processo que busca manter uma decisão cautelar que impede que bancos credores adotem medidas que, segundo a empresa, possam inviabilizar a continuidade de suas operações. Por volta das 12h39, os papéis caíam 30,71%, a R$ 0,97. Em um mês, a baixa já passa de 92%.
“A companhia reafirma confiança de que a Justiça manterá a medida em vigor até a apresentação do pedido de recuperação judicial, garantindo a preservação da empresa, dos empregos, dos contratos ambientais e da sua contribuição econômica ao Brasil”, disse a Ambipar.
Além disso, informações sobre um encontro do ex-CFO da companhia, João Daniel Pirran de Arruda, com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também abalaram os negócios na bolsa.
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Arruda compareceu à audiência acompanhado de dois escritórios de advocacia: o Vieira Rezende Advogados, que atuou na defesa de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas (AMER3), e o David Rechulski Advogados, que integrou a defesa da Braskem durante a CPI que investigou a empresa após a tragédia ambiental que resultou no afundamento de Maceió.
Crise da Ambipar
Nesta sexta-feira (3), a companhia derreteu 54% e acumulou uma queda de 90% em suas ações em um mês. Agora, a empresa avalia entrar com um pedido de recuperação judicial no Brasil e nos Estados Unidos já que o país estrangeiro concentra parte considerável das dívidas e garantias contraídas pela empresa.
O ponto de partida da crise é uma série de mudanças em um contrato de empréstimo de US$ 35 milhões (R$ 186 milhões) firmado entre a Ambipar e o Deutsche Bank no dia 18 de setembro. Um aditivo contratual que teria sido negociado por um executivo do grupo diretamente com o banco teria causado um desbalanceamento nas contas da empresa.
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Além disso, os credores da empresa buscam respostas sobre onde estaria o caixa de R$ 4,7 bilhões reportado pela empresa no último balanço já que, até agora, teriam sido encontrados apenas cerca de R$ 430 milhões.
Também pesa a notícia da existência de supostas irregularidades em um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) onde a Ambipar afirma estar boa parte de seu caixa. Segundo o site Pipeline, o veículo tem indícios de que partes relacionadas à companhia operam nas duas pontas da operação, tanto cedendo o direito creditório quanto emprestando dinheiro usando-os como colateral.
Em meio as notícias negativas, a S&P Global Ratings rebaixou os ratings de crédito da Ambipar, em escala global, para emissor e emissão, várias posições para ‘D’ (default), de ‘BB-’.
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