A Sabesp (SBSP3) enxerga a compra da geradora de energia Emae como estratégica para aumentar a segurança de abastecimento hídrico na região metropolitana de São Paulo e espera que a operação seja concluída no início de 2026, disseram executivos da empresa de saneamento nesta segunda-feira (6).
Em negócio que soma R$ 1,1 bilhão, a Sabesp anunciou na véspera que assinou dois acordos para assumir o controle acionário da Emae, sendo um deles com a Vórtx, agente que representa debenturistas do fundo Phoenix Água e Energia, que controla a Emae, e outro para comprar ações detidas pela Eletrobras (ELET6).
Em teleconferência para comentar o negócio anunciado no domingo, o diretor financeiro da Sabesp, Daniel Szlak, disse que a companhia pôde tomar “ação rápida”, ao ser abordada por credores da Emae há algumas semanas, porque já havia estudado os ativos da geradora no passado.
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“Esse negócio foi originado de forma passiva, fomos abordados por credor, em um período de três a quatro semanas pudemos chegar a um acordo… Nossa expectativa é que as aprovações regulatórias ocorrerão até o fim do ano, e esperamos fechar (a operação) no primeiro trimestre de 2026”, disse o CEO da Sabesp, Carlos Piani.
O acordo entre Sabesp e Vórtx ocorreu em meio a um vencimento antecipado de debêntures emitidas pelo fundo controlador Phoenix, do empresário Nelson Tanure, que estavam garantidas por ações da geradora de energia, conforme informações divulgadas pela Emae no domingo. Em comunicado, a Emae afirmou que “não participou das negociações nem das transações mencionadas”.
Ainda que a transação não tenha sido motivada por ação da Sabesp, a companhia de saneamento se beneficia da compra principalmente pelos ativos da Emae relacionados à gestão de recursos hídricos.
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Privatizada pelo Estado de São Paulo no ano passado, a Emae tem usinas hidrelétricas e também opera o sistema hidrológico da Bacia do Alto Tietê. Sua infraestrutura inclui os reservatórios Guarapiranga e Billings, que abastecem uma parcela da água fornecida pela Sabesp na região metropolitana paulista.
Segundo a Sabesp, Billings é o maior reservatório da região e atualmente “subutilizado”, sendo que as obras do programa Integra Tietê permitirão a expansão do uso pela companhia de saneamento até 2027.
A companhia afirmou que, com a aquisição da Emae, aumentará em 52% a capacidade de armazenamento de água para consumo humano e usos múltiplos na região metropolitana de São Paulo com a integração total do sistema Billings até 2029.
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A Emae também administra as estações elevatórias de Pedreira e Traição, responsáveis por direcionar água à Billings, proporcionando serviços de controle de enchentes.
Já em ativos elétricos, a geradora de energia tem usinas hidrelétricas que operam no regime de cotas, associado ao mercado regulado de energia, com receitas estáveis e indexadas à inflação.
A Sabesp, porém, não prevê uma expansão dos negócios para o setor elétrico no momento.
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“Como grande consumidores de energia, gostamos da ideia de ter alguns ativos de energia elétrica… Mas não vamos perseguir ativamente aquisição em geração de energia, pelo menos não no curto prazo”, disse o diretor financeiro.
A Eletrobras, que busca desinvestir de participações minoritárias em empresas, vendeu suas ações da Emae à Sabesp por um total de R$ 476,5 milhões.
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