Ao menos 335 pessoas foram presas neste sábado durante um protesto em Londres em apoio ao grupo pró-palestino Palestine Action, declarado ilegal em julho após vandalizar aviões em uma base militar e outros atos de boicote ao fornecimento de armas a Israel.
A polícia londrina informou na rede social X que “as prisões continuam” na Trafalgar Square e explicou que, antes, os agentes haviam retirado um cartaz de apoio à organização pendurado na ponte de Westminster, perto do Parlamento.
Os policiais continuam retirando os manifestantes reunidos na praça central, que, sentados em silêncio, exibem cartazes de apoio ao Palestine Action, o que é considerado crime desde a proibição do grupo em 5 de julho.
Enquanto o governo justificou a ilegalidade por segurança pública, os críticos sustentam que é uma violação da liberdade de expressão e do direito ao protesto.
Desde a proibição, mais de 1,4 mil pessoas, segundo dados da polícia, foram presas em Londres.
O primeiro-ministro, Keir Starmer, pediu ontem aos organizadores que suspendessem os protestos previstos para este fim de semana, em respeito ao luto da comunidade judaica após o atentado da última quinta em uma sinagoga em Manchester (noroeste da Inglaterra), no qual morreram duas pessoas, além do agressor, e três ficaram feridas.
Os organizadores decidiram seguir em frente, com o argumento de que sua causa e o atentado são duas coisas diferentes, e também rejeitaram o apelo da polícia para cancelá-las para liberar recursos policiais.
A polícia de Manchester, onde também há manifestações, aumentou a vigilância após o ataque, perpetrado pelo britânico-sírio Jihad Al-Shamie, que foi morto a tiros pela polícia.
A morte dos dois judeus – um deles ferido por um tiro disparado pelos agentes – no dia sagrado do Yom Kippur aumentou a tensão em Londres e em todo o Reino Unido, dado que membros dessa comunidade acusam as autoridades de permitir durante meses a presença de elementos antissemitas em manifestações pró-palestinas.
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