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Bolsa argentina é a pior do mundo em 2025, com pressão sobre Milei
Economia

Bolsa argentina é a pior do mundo em 2025, com pressão sobre Milei 

O S&P Merval, principal índice da bolsa da Argentina, amarga a pior rentabilidade entre os mercados globais neste ano. O indicador acumula queda de 30% em moeda local e de 47,12% em dólares até 30 de setembro, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria, de Einar Rivero. Enquanto grande parte das bolsas pelo mundo registrou ganhos relevantes para o investidor, o mercado argentino foi o único a apresentar forte retração no período, conforme o estudo.

O desempenho da bolsa argentina apresenta forte contraste com o resto da América Latina. O Msci Colcap, da Colômbia, lidera a lista com alta nominal de 35,72% e valorização de 53,14% em dólares. Já o S&P/BVL General, do Peru, avançou 31,40% nominal e 41,97% em dólares, enquanto o IpyC, do México, cresceu 27,07% e 44,06%, respectivamente.

O Brasil também registrou desempenho positivo. O Ibovespa subiu 21,58% em moeda local e 41,55% em dólares no período analisado, resultado próximo a índices europeus. Já a China manteve bom ritmo, com o FTSE China 50 crescendo 34,05% e o Hang Seng Index avançando 32,72%.

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Nos Estados Unidos, os ganhos foram mais modestos, mas ainda positivos. O Nasdaq avançou 17,34%, o S&P 500 cresceu 13,72% e o Dow Jones fechou o período com alta de 9,06%.

Confira o desempenho dos índices globais em 2025 até setembro:

(Fonte: Elos Ayta)

O que explica o desempenho da Bolsa argentina

O péssimo desempenho da Bolsa argentina é primeiro explicado por uma realização de lucros após ter tido o melhor desempenho do planeta no ano anterior. No entanto, outro motivo é político: com escândalos de corrupção abalando o governo de Javier Milei, o mercado passou a reduzir expectativas de continuidade de uma política fiscal mais severa.

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Milei caminha para as eleições legislativas em 26 de outubro após amargar uma importante derrota na província de Buenos Aires no último mês, e com pesquisas de opinião mostrando queda na confiança da população em seu governo.

O enfraquecimento de Milei já o levou a ceder em projetos que elevaram gastos do governo, o que foi novo estopim para uma nova depreciação do peso argentino – que por sua vez provocou uma intervenção do banco central que trouxe temor de esgotamento das poucas reservas de dólares do país.

Investidores manifestam preocupação com a crescente diferença entre as taxas de câmbio oficial e paralela, que chegou ao nível mais alto desde abril, mostrando a pressão provocada pelas restrições impostas pelo governo.

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Uma promessa de ajuda dos Estados Unidos, com compromisso direto de Donald Trump, ajudou a atenuar a deterioração dos ativos argentinos no fim de setembro e melhorou o humor do mercado, sustentando um rali do peso argentino e levando a moeda a valorizar 5,02% frente ao dólar semana passada, segundo a Elos Ayta.

O movimento foi também ajudado por uma redução temporária de impostos sobre exportações de soja que levou US$ 7 bilhões ao país em poucos dias. Mas a mesma medida ajudou a azedar os ativos pouco depois.

Isso porque dúvidas com relação à solidez do compromisso americano voltaram a abalar os preços quando a Associated Press divulgou uma foto que flagrou uma conversa do celular do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em que recebia a reclamação de um interlocutor sobre a Argentina, citando justamente a isenção de impostos sobre a soja – citando especificamente a China, que foi a principal compradora do insumo na janela. Com isso, desde segunda-feira (30), o peso perdeu quase 5% de seu valor.

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Nesta quinta-feira (2), a moeda abriu estável frente ao dólar, cotada a 1.450 pesos nos telões do Banco Nación, principal banco estatal da Argentina. No início de setembro, o peso havia atingido 1.515 pesos, recuando para 1.360 pesos por dólar após os anúncios de apoio do governo dos Estados Unidos.

Mas os EUA voltaram a emitir sinais positivos. Nesta manhã, Bessent, anunciou uma reunião nos próximos dias com o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, para definir detalhes da ajuda. Em mensagem na rede social X, Bessent afirmou que o Tesouro americano está totalmente preparado para fazer o que for necessário para apoiar o sucesso das políticas econômicas de Milei.

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