Com a paralisação do governo (conhecido como shutdown) chegando ao segundo dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dobrou a pressão sobre a oposição política com corte de verbas que seriam direcionadas a estados azuis (blue states, termo usado para estados que votaram consistentemente nos democratas), além de ter feito ameaças de desmantelar agências federais que, segundo o republicano, estão sob controle da oposição no Congresso.
Trump anunciou que se reuniria com o diretor do Departamento de Administração e Orçamento, Russell Vought, que já havia dito que as demissões em massa de funcionários públicos eram “iminentes” e poderiam ocorrer em “dois dias”.
“Tenho uma reunião hoje com Russ Vought, que fez seu nome com o PROJETO 2025, para determinar quais das muitas Agências Democratas, a maioria das quais é uma fraude política, ele recomenda que sejam eliminadas, e se esses cortes serão temporários ou permanentes”, escreveu o presidente na plataforma Truth Social.
O líder republicano, que culpou o partido da oposição de ser o “arquiteto” da paralisação do governo federal, insistiu que não podia acreditar que os “democratas radicais” precisaram dar a ele essa “oportunidade sem precedentes” de continuar seus esforços para reduzir o governo federal.
“Eles não são pessoas estúpidas, então talvez essa seja a maneira deles quererem, silenciosa e rapidamente, FAZER OS EUA GRANDES DE NOVO!”, concluiu o presidente, que tem continuamente zombado dos líderes democratas encarregados das negociações no Congresso nas redes sociais.
O número de demissões de funcionários públicos federais devido à paralisação do governo dos Estados Unidos pode chegar a “milhares”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, à imprensa nesta quinta-feira.
“Essas conversas e reuniões não estariam acontecendo se os democratas tivessem votado para manter o governo aberto”, comentou Leavitt.
Na quarta-feira, o Senado votou contra duas propostas orçamentárias propostas, respectivamente, por democratas e republicanos para tentar suspender o shutdown.
De acordo com estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso, aproximadamente 750 mil funcionários federais não essenciais foram temporariamente dispensados em decorrência da paralisação parcial do governo.
Ao mesmo tempo, pouco mais de 1,5 milhão de funcionários públicos, incluindo policiais e controladores de tráfego aéreo, continuam a trabalhar sem salários até que a paralisação administrativa seja resolvida.
Além da ameaça de extinção de agências governamentais, Trump já autorizou um corte de verbas federais para estados governados por democratas, o que deve prejudicar diretamente eleitores dos líderes da minoria no Congresso.
“Cerca de US$ 18 bilhões em projetos de infraestrutura na cidade de Nova York estão paralisados para garantir que o financiamento não esteja fluindo com base em princípios DEI inconstitucionais”, declarou na rede social X o diretor do Escritório de Gestão e Orçamento do Governo, Russell Vought, na quarta.
Um dos projetos é para construir um novo túnel sob o rio Hudson que ligaria os estados de Nova York e Nova Jersey com um sistema ferroviário, e o outro é para a ampliação de uma linha de metrô que atravessa o leste da ilha de Manhattan.
Além dos cortes para Nova York, outros 16 estados democratas foram atingidos no total em US$ 8 bilhões em cortes para programas de “energia verde”.
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