A agenda econômica desta segunda-feira (11) inclui a divulgação do IPC da Fipe, a primeira prévia do IGP-M de agosto e o Relatório Focus do Banco Central. O Ministério do Desenvolvimento também divulga a balança comercial semanal. Enquanto isso, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, concede palestra na Reunião do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a partir das 10h30.
Na sera política, o presidente Lula reúne-se às 17h com o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para deliberar sobre o plano de contingência relacionado as tarifas de 50% dos EUA. O lançamento do Programa de Qualificação para Exportação, previsto para o dia, foi adiado por conta da reunião. Alckmin afirmou que as decisões serão anunciadas até terça (12).
Também nesta segunda, diversas empresas brasileiras divulgarão seus resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2025 (2T25). Entre as companhias que apresentam balanços estão Dexxos (DEXP3), Direcional Engenharia (DIRR3), Even (EVEN3), Ferbasa (FESA4), Natura (NATU3), SBF (SBFG3), Tok&Stok (TOKY3), Hidrovias do Brasil (HIDR3), Itaúsa (ITSA4), Quero-Quero (LJQQ3), Sabesp (SBSP3), Technos (TECN3), Terra Santa (LAND3) e Vibra Energia (VBBR3).
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Nos Estados Unidos, a agenda econômica estará mais leve, sem grandes indicadores econômicos programados para divulgação nesta segunda. A agenda de dados ganha tração na terça com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), seguido pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) na quinta e pelos números de vendas no varejo na sexta.
Ainda no exterior, as atenções se voltam para as negociações tarifárias entre China e EUA, cuja implementação está prevista para amanhã, mas que pode ter a trégua de 90 dias prorrogada novamente. Além disso, Trump tem reunião de cúpula com Putin na sexta-feira para negociar o fim da guerra na Ucrânia.
Agenda
Às 9h, Lula recebe o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 9h30, encontra-se com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Às 14h40, recebe o secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Às 15h, participa da cerimônia de entrega do Prêmio MEC da Educação Brasileira, no Palácio do Planalto. Por fim, às 17h, Lula encontra-se com Geraldo Alckmin para deliberar sobre medidas de apoio aos setores afetados pelas tarifas de 50% dos EUA. Lula ainda terá encontros pela manhã com ministros e despachará com autoridades antes de participar da entrega do Prêmio MEC.
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Gabriel Galípolo, presidente do BC, concede pela manhã, das 10h30 às 12h, palestra na Reunião do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). À tarde, realiza audiências no Banco Central, em São Paulo: das 14h às 15h com executivos do Goldman Sachs; das 15h às 16h com Rodrigo Maia, presidente da CNF; e das 16h30 às 17h30 com João Carlos Falpo Mansur, da REAG Investimentos. À noite, das 18h às 19h, recebe representantes da Febraban e dos principais bancos do país para tratar de assuntos institucionais.
Brasil
- 8h25 – Focus (semanal)
INTERNACIONAL
Impactos
As tarifas de 40% impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros elevam para 50% a sobretaxa total sobre exportações aos EUA, afetando mais da metade das vendas em 22 estados, segundo levantamento da Folha de S.Paulo. Estados como Tocantins, Ceará e Paraná têm até 95% ou mais das exportações prejudicadas, especialmente produtos de baixo valor agregado e alta intensidade de mão de obra. Regiões como Sudeste e Centro-Oeste, beneficiadas por isenções, conseguem reduzir os impactos, enquanto Norte, Nordeste e Sul enfrentam efeitos mais severos. O impacto econômico global pode ser modesto, mas setores e microrregiões dependentes dos EUA podem sofrer danos maiores. Especialistas recomendam ações focadas empresa a empresa para minimizar prejuízos.
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China x Brasil
A Embaixada da China ampliou a importação de produtos brasileiros, como café e carne, enquanto a ApexBrasil faz campanhas para fortalecer o comércio na China após as sobretaxas dos EUA. O diálogo estratégico entre Brasil e China, reforçado por líderes como Lula e Xi Jinping, quer compensar as incertezas externas. O assessor Celso Amorim destacou a importância dos BRICS para a diversificação das exportações brasileiras, que têm reduzido sua dependência dos EUA. Apesar disso, a relação comercial com a China ainda é concentrada em commodities tradicionais, embora haja esforços para ampliar o portfólio.
Acordo
Nvidia e AMD aceitaram repassar 15% da receita gerada com vendas de chips na China ao governo dos EUA para obter licenças de exportação, uma medida inédita. O acordo, ocorrido sob pressão da administração Trump, quer liberar a venda dos chips H20 (Nvidia) e MI308 (AMD) no mercado chinês. A decisão gerou críticas por possíveis riscos à segurança nacional dos EUA, já que o H20 pode fortalecer as capacidades militares chinesas em IA. O movimento ocorre em meio a negociações comerciais delicadas entre EUA e China.
Não vai parar
Jason Miller, conselheiro de Donald Trump, afirmou que não vai parar até que Jair Bolsonaro esteja “livre”. Ele critica duramente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e apoia sanções contra ele, articuladas por Eduardo Bolsonaro nos EUA. Miller, ligado à família Bolsonaro, tem histórico de ataques ao Supremo e foi investigado no inquérito das “milícias digitais”. Apesar de não ter cargo oficial, é um dos principais conselheiros de Trump e fundador da rede social Gettr.
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Resposta
O Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria de Relações Institucionais rechaçaram os ataques do vice-secretário do Departamento de Estado estadunidense, Christopher Landau, ao sistema judiciário brasileiro. Número dois do órgão, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores dos Estados Unidos, Landau escreveu que “um único ministro do STF [Supremo Tribunal Federal] usurpou poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes”.
Segundo o Itamaraty, a postagem do vice-secretário representa um ataque frontal. “Essa manifestação caracteriza novo ataque frontal à soberania brasileira e a uma democracia que recentemente derrotou uma tentativa de golpe de Estado e não se curvará a pressões, venham de onde vierem”, respondeu a pasta em nota sábado (9) à noite.
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A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann também rechaçou as postagens do vice-secretário de Estado do governo de Donald Trump. Ela classificou de “arrogante” e de “gravíssima ofensa” as insinuações de interferência do Judiciário em outros Poderes.
ECONOMIA
Plano de contigência
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, voltou a dizer que o plano de contingência do governo Lula para mitigar os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil deve ser anunciado no início desta semana. As medidas terão como foco as empresas que mais exportam para o mercado norte-americano.
Informais
O número de trabalhadores por conta própria com CNPJ tem crescido no Brasil, muitas vezes recebendo remuneração maior que os empregados formais em funções semelhantes. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o Ministério do Trabalho investiga casos em que empregadores obrigam funcionários a abrir empresas para driblar custos trabalhistas, reduzindo contribuições ao INSS e FGTS. Estudo da FGV aponta que trabalhadores mais escolarizados têm maior ganho como PJs, enquanto a pejotização impacta negativamente a arrecadação pública. O STF suspendeu processos sobre a legalidade desse modelo e debate o tema em audiência pública.
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Abastecimento
O Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento (FCNA), que reúne associações de supermercados, alertou o governo sobre os impactos do tarifaço dos EUA, que pode causar perda de US$ 40,4 bilhões à economia brasileira em 12 meses, reduzindo o PIB em 1,8 ponto percentual. A indústria de transformação é o setor mais afetado, com possível retração de até 5,6 pontos percentuais. O estudo projeta queda de até 287 mil empregos no médio prazo e destaca a necessidade de medidas para fortalecer o mercado interno, como isenção tributária da cesta básica e redução da taxa Selic.
Ressarcidos
Até semana passada, 1,66 milhão de aposentados e pensionistas aderiram ao acordo do INSS para ressarcimento de descontos indevidos, com 98,5% já recebendo os valores corrigidos pelo IPCA. Dos 2,4 milhões aptos, 68,6% formalizaram o pedido. O INSS abrirá nova fase para quem contestou descontos com assinaturas falsificadas. A adesão pode ser feita pelo Meu INSS, agências dos Correios ou presencialmente até 14 de novembro.
Bastante prolongado
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que a taxa Selic, atualmente em 15%, deve permanecer alta por um “período bastante prolongado” para controlar a inflação. Ele ressaltou que, diante das incertezas, como a tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, o BC optou por pausar o ciclo de aumentos de juros. Guillen reforçou que é necessário tempo para avaliar se a taxa atual é suficiente para levar a inflação à meta de 3%, com tolerância de 1,5%. O Copom manteve a Selic em 15% em decisão unânime no mês passado.
POLÍTICA
Única opção viável
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, avalia que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é um possível, e único, candidato de centro-direita na eleição presidencial de 2026. Na visão do ex-ministro, Tarcísio concorreria a uma pré-candidatura se houver um cenário favorável politicamente.
Sancionado com vetos
O presidente Lula sancionou o projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, com 63 vetos, incluindo a licença autodeclaratória para atividades poluidoras médias e a retirada da proteção da Mata Atlântica. Manteve a Licença Ambiental Especial (LAE), que agiliza projetos estratégicos como a prospecção da Petrobras na Foz do Amazonas. A medida foi anunciada em evento no Planalto com a ministra Marina Silva. O governo enviará ao Congresso projeto para reaproveitar parte dos vetos com nova redação.
Punição
O presidente da Câmara, Hugo Motta, enviou à Corregedoria Parlamentar uma representação contra 14 deputados bolsonaristas envolvidos no motim que bloqueou o plenário por 30 horas na última semana. Além deles, a deputada Camila Jara (PT-MS) foi denunciada por agressão durante a confusão, mas seu caso será analisado separadamente, pois ela nega a acusação. O corregedor Diego Coronel deve reunir-se com Motta para encaminhar as representações ao Conselho de Ética, que avaliará possíveis punições. A lista inclui nomes como Bia Kicis, Carlos Jordy e Marco Feliciano.
Exemplo
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deve seguir o exemplo de Arthur Lira e suspender o mandato do senador Marcos do Val para driblar o esvaziamento do Conselho de Ética, que não tem presidente e mal se reúne. Do Val enfrenta restrições após decisão do STF, mas resiste em pedir licença médica, enquanto aliados defendem a medida. Ele foi aos Estados Unidos apesar de proibição judicial, mas sua defesa alega que não descumpriu a decisão. Alcolumbre ainda resiste à cassação, apesar da pressão no Senado.
Ameaça
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) avisou que, se Alcolumbre não aceitar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes (STF), também pedirá a destituição de Alcolumbre. Alcolumbre declarou que não colocará o tema em pauta, afirmando que a decisão é exclusiva da presidência do Senado e não cederá a pressões. Nikolas respondeu no X que serão “dois impeachments” caso o pedido seja recusado. A oposição tenta incluir o impeachment na pauta junto ao que chama de “pacote da paz”, que prevê fim do foro privilegiado e anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.
(Com Reuters e Estadão)
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