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Menos views e nova função: o papel dos videoclipes na era do streaming
Entreterimento

Menos views e nova função: o papel dos videoclipes na era do streaming 

Após um período de glórias com exibições na TV nos anos 2000, os videoclipes musicais chegaram ao auge na internet nos anos 2010, impulsionando singles e álbuns para milhões de visualizações no YouTube. Com parcerias de peso entre artistas, estéticas bem construídas e um deslumbre visual, o audiovisual era uma importante ferramenta para o sucesso artístico.

No Brasil, alguns destaques são os videoclipes de Sua Cara, de Pabllo Vittar, Anitta e Major Lazer, lançada em 2017, que se tornou um hit. Videoclipes de funk como o de Bum Bum Tam Tam, de MC Fioti, 1º brasileiro a alcançar 1 bilhão de views, também tiveram grande relevância.

Entretanto, uma década após tamanho sucesso, os videoclipes entraram em declínio e passaram a ter menos visualizações pela forte chegada do streaming digital, que se tornou a principal forma de divulgação de novos projetos musicais. Rodrigo Oliveira, presidente da GR6, conta ao Metrópoles que os views diminuíram, mas a relevância dos videoclipes segue intacta.

“Os videoclipes ainda são elementos fundamentais para a construção e manutenção da imagem do artista. Dentro do funk, por exemplo, o videoclipe é um patrimônio, faz parte da cultura do movimento”, afirma.

Com plataformas de música instantânea, a forma de consumo dos ouvintes mudou e os audiovisuais precisaram assumir uma nova forma para entreter os fãs e continuarem relevantes para os artistas. A cantora Mari Fernandez explica que os videoclipes seguem sendo essenciais, principalmente para a conexão com quem acompanha os cantores.

“É através dos videoclipes que conseguimos transmitir a mensagem descontraída e intimista, dá um tchan para as músicas, sabe? Sinto que as pessoas conseguem se conectar melhor através dos vídeos. Tudo é uma questão de estudo e entender o que o público prefere”, analisa em conversa com o portal.

O cineasta e diretor criativo Felipe Sassi, que trabalhou em videoclipes de Ludmilla, Gloria Groove e Iza, celebra as novas adaptações feitas pelos artistas, mas ressalta a importância da produção de novos conteúdos.

“Para mim, o que importa é a autenticidade. É claro que é válido entender o que o público está consumindo, mas é mais importante ainda que o que se coloca no mundo seja verdadeiro. Seja um registro ao vivo ou uma produção de estúdio, o essencial é que tenha profundidade e propósito, que toque as pessoas e permita que elas se reconheçam naquela experiência. É um espaço para experimentar, afirmar posicionamentos e criar memórias visuais que fortaleçam a trajetória”, declara ao Metrópoles.

Novas formas e diferentes estéticas

Mesmo com menos visualizações, boa parte da estética dos anos 2010 segue presente nos videoclipes atuais. Artistas e produtoras seguem apostando em gravações mais produzidas, com cenários diversos, figurantes, muita dança e conceitos definidos seguem em alta, principalmente no universo pop e urbano.

Rodrigo Oliveira explica a escolha de seguir a tendência de clipes pré-produzidos, mesmo com menor impacto na performance das músicas.

“O videoclipe pode ser usado para dar tração a uma música que está performando bem e também pode ser usado para amarrar uma estratégia específica, quando o clipe traz um conceito bem definido de imagem. Por isso, cada vez mais, o videoclipe precisa estar alinhado a uma boa estratégia de lançamento”, afirma.

Pensando em novas estratégias, muitos artistas começaram a apostar em gravações ao vivo e audiovisuais com o público para divulgar novos projetos. No pagode e no sertanejo, por exemplo, tais vídeos se tornaram tendência.

Segundo Mari Fernandez, que acabou de gravar o projeto Mari no Barzinho – Ao Vivo em BH, a escolha de produzir videoclipes ao vivo está diretamente atrelada ao apelo popular.

“Acho que muitos artistas escolhem essa opção por já conseguir mostrar a proximidade com o público, mas cada um tem que pensar na própria carreira individualmente. Tem horas que cabe aqueles videoclipes pré-produzidos, com uma história a ser contada, em outras horas é melhor ir com as gravações ao vivo, no meio do povo”, avalia.

Para Felipe Sassi, a mudança de década permitiu novas aventuras para artistas e produtores e trouxe maior liberdade para todos.

“A arte, como reflexo do seu tempo, também incorporou mais discursos, pautas e verdades pessoais, com artistas se sentindo livres para expor as identidades de forma mais autêntica. Esse período trouxe mais diversidade estética, liberdade criativa e novas formas de conectar público e obra.”

 



Informação (Metropoles)

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