As construtoras listadas na B3 (B3SA3) apresentaram resultados variados nos balanços financeiros do segundo trimestre deste ano (2T25), revelando diferentes dinâmicas de desempenho entre empresas voltadas para baixa, média e alta renda. Eztec (EZTC3), Tenda (TEND3), Plano&Plano (PLPL3), Mitre (MTRE3), Lopes Brasil (LPSB3) e HBR Realty (HBRE3) divulgaram números que vão desde fortes avanços de receita e lucro até revisões de guidance e aumento de despesas.
A Eztec, por exemplo, registrou receita líquida de R$ 449 milhões, beneficiada pela venda de dois terrenos adquiridos em 2010 em Praia Grande (SP), operação que contribuiu para margens brutas de 40,8%, as maiores dos últimos três anos, segundo o balanço financeiro da empresa. O lucro líquido atingiu R$ 140 milhões, superando em 30% as estimativas de mercado.
Mesmo sem o efeito pontual da venda, a margem bruta teria superado 39%. Para a XP Investimentos, a melhora nos indicadores e na rentabilidade posiciona a companhia de forma favorável para recuperar o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), embora esse processo deva ser gradual. A corretora mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 28.
A Tenda apresentou receita líquida de R$ 992 milhões, alta de 28% na comparação anual, com margem bruta de 32%. O lucro líquido somou R$ 204 milhões, 8% acima das projeções do BTG Pactual, mas 23% abaixo das estimativas do Itaú BBA quando excluídos efeitos não recorrentes. O guidance para 2025 foi elevado no segmento Tenda, com margem prevista entre 36% e 37%, enquanto a operação Alea teve projeção de margem reduzida para 6% a 10%.
Segundo a XP, a atualização das projeções da Tenda sugere confiança na demanda e abre espaço para revisões positivas de lucro em 2026. A ação segue com recomendação de compra pelo BTG, que vê preço-alvo em R$ 22.

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A Plano&Plano, por outro lado, divulgou receita líquida de R$ 784 milhões, avanço anual de 12%, e margem bruta de 34,5%. O lucro líquido foi de R$ 84 milhões, em linha com as projeções do BTG, mas cerca de 20% abaixo do consenso do mercado, devido a maiores despesas administrativas e interesses minoritários. Para a XP, o crescimento do banco de terrenos e a normalização de aprovações devem favorecer novos lançamentos. A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 19.
A Mitre reportou receita líquida de R$ 257 milhões, queda de 11% frente ao ano anterior, e lucro líquido de R$ 10 milhões, abaixo das projeções do BTG e do Itaú BBA. A margem bruta atingiu 32,2%, com ganhos de eficiência em despesas gerais e administrativas. A companhia manteve expectativa de geração de caixa positiva neste ano e anunciou dividendos de R$ 12 milhões. O BTG mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 7.
A Lopes Brasil obteve receita de R$ 51 milhões, alta de 13% em relação ao 2T24, com destaque para o crescimento de 82% na operação da CrediPronto. O lucro líquido mais que dobrou, alcançando R$ 15,5 milhões. Apesar do avanço, houve queda na margem Ebitda, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, para 36,3%, devido a comissões e custos jurídicos mais altos.
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Já a HBR Realty apresentou receita líquida de R$ 50 milhões, avanço de 36% no comparativo anual, com crescimento de 30% nas vendas mesmas lojas (SSS) e 6% nos aluguéis mesmos espaços (SSR) nos strip malls. O resultado líquido, porém, foi negativo em R$ 33 milhões, pressionado por despesas financeiras elevadas. O BTG mantém recomendação de compra para HBRE3, com preço-alvo de R$ 8, destacando o potencial de valorização via venda de ativos e fusões ou aquisições.
Entre as seis construtoras analisadas, a Eztec, segundo os analistas, apresentou o maior avanço de lucro em termos percentuais e margens elevadas, beneficiando-se de operações pontuais e de ganhos de eficiência. A Tenda se destacou pela receita e pelo ajuste positivo de projeções no segmento principal, enquanto a Plano&Plano manteve crescimento em linha com expectativas e perspectiva de expansão de lançamentos.
Mitre e HBR tiveram desempenho mais pressionado, e Lopes Brasil ampliou o lucro, mas enfrentou aumento de despesas, segundo os estrategistas. Para a XP, as oportunidades de valorização estão mais evidentes em Eztec, Tenda e Plano&Plano, que seguem com recomendação de compra.
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