As ações da Suzano (SUZB3) avançavam 5% às 14h (horário de Brasília) desta quinta-feira (7), atingindo R$ 54,20, em meio a uma série de anúncios que atraíram o interesse dos investidores.
O desempenho da empresa no segundo trimestre de 2025 (2T25), a revisão do plano de investimentos e o ambiente de preços favoráveis na Ásia, com anúncio de aumento de preços, suscitaram reação positiva no mercado.
Olhando para o balanço, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de cerca de R$ 6,1 bilhões do 2T25, 25% maior em relação ao trimestre anterior, mas 3% menor em relação ao ano anterior, em linha com a estimativa do consenso.

Na divisão de celulose, os volumes foram o destaque positivo do trimestre, recuperando-se em 23% em relação ao trimestre anterior, dadas as comparações fáceis – o 1T25 foi impactado por uma maior concentração de paradas para manutenção e algum acúmulo de estoque, aponta o Bradesco BBI. Do lado dos custos, o custo caixa/tonelada (excluindo paradas de manutenção) caiu 3% em relação ao trimestre anterior, para R$ 832, devido principalmente à maior diluição dos custos fixos.
O Itaú BBA classifica as ações como outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo para o final deste ano em R$ 63. O banco ressalta que o desempenho superou as expectativas principalmente na divisão de papel, com volumes maiores e custos reduzidos.
Na divisão de celulose, segundo cálculos dos analistas, houve aumento de volumes e queda nos custos, enquanto os preços permaneceram estáveis no trimestre. Além disso, os custos em caixa da celulose, excluindo paradas de manutenção, caíram 3%, e as vendas subiram 23%. A geração de fluxo de caixa operacional ajustado foi de R$ 2,6 bilhões. Apesar disso, a alavancagem financeira medida em dólar subiu levemente para 3,1 vezes, influenciada pelo menor Ebitda acumulado nos últimos doze meses.
Continua depois da publicidade
Saiba mais:
A Suzano comunicou que vai produzir 3,5% menos que sua capacidade nominal nos próximos doze meses, cerca de 13 milhões de toneladas, devido ao ambiente mais complexo no mercado de celulose. Mesmo assim, o Itaú BBA mantém a projeção de produção para 2026 em 12,4 milhões de toneladas, com potencial de alta para os 12 milhões esperados para este ano.
Na avaliação da XP Investimentos, o resultado foi neutro, com Ebitda ajustado 5% acima da estimativa da corretora e 2% acima do consenso. A XP aponta o aumento nos volumes de celulose e o controle dos custos. Além disso, a alavancagem líquida medida pela relação dívida líquida/Ebitda em dólar subiu para 3,1 vezes, contra 3,0 vezes no trimestre anterior, pressionada pela queda dos preços da celulose, que caíram de cerca de US$ 700 para US$ 550 por tonelada em um ano.
Continua depois da publicidade
A divisão de celulose teve Ebitda ajustado de R$ 4,25 bilhões, queda de 26% sobre o trimestre anterior, resultado do aumento de 23% nas vendas, redução de 3% nos preços realizados em reais, valorização do real e redução nos custos, especialmente dos insumos soda cáustica e gás natural, e menor custo da madeira, devido à menor distância média de transporte.
Por sua vez, a divisão de papel cresceu 16% no Ebitda ajustado, com vendas 5% maiores, puxadas pela exportação, e redução de custos, mesmo com a valorização do real afetando os preços dos produtos exportados.
O Bradesco BBI mantém recomendação outperform, com preço-alvo em R$ 75, e mantém a previsão de produção em 12,4 milhões de toneladas para 2025, aguardando maior clareza para ajustar a estimativa de 12,9 milhões para 2026. Além disso, o banco reforça preferência pela Klabin (KLBN11), concorrente no setor de materiais básicos.
Continua depois da publicidade
O Morgan Stanley, por sua vez, observa que o Ebitda ajustado veio 9% acima da sua estimativa, com embarques de celulose 7% superiores ao previsto. O lucro por ação normalizado alcançou R$ 4,05, superando os R$ 3,58 esperados. Além disso, o fluxo de caixa operacional somou R$ 4,34 bilhões, também acima das projeções.
Já o custo em caixa por tonelada de celulose ficou 3% abaixo do estimado, enquanto a alavancagem líquida em reais recuou para 3,0 vezes.
O Santander mantém recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 80. Para o banco, o Ebitda ajustado cresceu 25% em relação ao trimestre anterior, apesar da queda anual de 3%. A demanda pela celulose mostrou recuperação, apoiada pela operação da unidade de Ribas do Rio Pardo. O preço médio realizado da celulose ficou estável em US$ 555 por tonelada.
Continua depois da publicidade
O aumento no orçamento de investimentos para 2025, para R$ 13,3 bilhões, resulta do acordo com a Eldorado para troca de ativos biológicos, que inclui o recebimento de 18 milhões de metros cúbicos de madeira em pé, com pagamentos de R$ 878 milhões em 2025 e R$ 439 milhões em 2026. Em contrapartida, a Suzano entregará madeira imatura a ser colhida entre 2028 e 2031.
Para o Santander, a redução da produção de celulose em 3,5% no próximo ano responde à pressão dos preços no mercado internacional, especialmente na Ásia, onde a concorrência e o excesso de oferta mantêm os valores pressionados. Esse movimento, diz o banco, sinaliza o cuidado da Suzano em equilibrar oferta e demanda, preservando margens e fluxo de caixa.
Neste sentido, a Suzano está comunicando a seus clientes em todos os mercados asiáticos, incluindo a China, aumento de US$20 por tonelada no preço da celulose, conforme fonte a par da informação ouvida pela Reuters. O reajuste, segundo a fonte, tem efeito imediato para os pedidos de compra de agosto.
Continua depois da publicidade
Para o Itaú BBA, esta é uma notícia positiva, visto que esperava que os preços se recuperassem apenas no 4T25. “A empresa citou a forte carteira de pedidos da Ásia desde junho como o motivo para a mudança, que por sua vez está relacionada ao início de um movimento de reposição de estoques na região. Todos os olhares estão agora voltados para o sucesso da implementação deste aumento”, aponta o banco.
Fique conectado