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ação desaba após balanço; alavancagem limita entusiasmo com melhora do Ebitda
Economia

ação desaba após balanço; alavancagem limita entusiasmo com melhora do Ebitda 

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) entregou um segundo trimestre (2T25) com alguns números bem recebidos pelo mercado, especialmente na margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que subiu 20 pontos-base na comparação anual e atingiu 9,0%.

Apesar disso, a reação do mercado foi negativa. No fechamento de terça-feira (5), PCAR3 era negociada a R$ 3,50, preço-alvo reiterado pelo Morgan Stanley, que mantém recomendação neutra para o papel. O Itaú BBA também classificou a ação como market perform (desempenho em linha com o mercado).

Mas a recomendação dos analistas, no entanto, não ajudou a rede de supermercados a engrenar na Bolsa. Por volta das 11h50 (horário de Brasília) desta quarta-feira (6), as ações recuavam 7,10%, cotadas a R$ 3,13, apontando cautela dos investidores diante da alavancagem crescente e da perda de fôlego em parte das operações.

O desempenho operacional da bandeira Pão de Açúcar, que cresceu 6,5% em vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), chamou a atenção de casas como Itaú BBA e Morgan Stanley. Só que os resultados ainda não animam os analistas em relação ao papel, principalmente devido ao crescimento tímido das receitas, à piora na alavancagem e à falta de tração nas bandeiras Extra e Aliados.

Segundo a XP Investimentos, a receita líquida consolidada avançou 4% em relação ao segundo trimestre do ano passado, apoiada por um efeito positivo de calendário com a Páscoa empurrada para abril. Ajustando esse efeito, o crescimento das vendas em mesmas lojas foi de 5,1%, com desaceleração frente ao trimestre anterior em praticamente todos os formatos.

O destaque, diz a corretora, foi a bandeira Pão de Açúcar, enquanto a operação de proximidade ficou praticamente estável e os parceiros do canal B2B (sigla para business to business) tiveram queda de 18% nas vendas.

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A margem bruta caiu 0,8 ponto percentual, para 27,4%, afetada por maior atividade promocional em um ambiente competitivo acirrado e menor demanda. Essa pressão, no entanto, foi compensada pela queda de 16,5% nas despesas gerais e administrativas (G&A, na sigla em inglês), permitindo a expansão da margem Ebitda ajustada.

Um fator pontual também contribuiu: o reconhecimento de uma indenização tributária de R$ 100 milhões, que beneficiou o resultado da linha de “outras receitas operacionais” para R$ 10 milhões positivos.

Para o Itaú BBA, por outro lado, a empresa tem conseguido executar bem seu processo de reestruturação, com ganhos de participação nas faixas premium (+1,1 ponto percentual em um ano) e na operação de proximidade (+0,8 ponto percentual). A controladora do grupo francês Casino apresentou Ebitda ajustado de R$ 197 milhões (excluindo o impacto da norma contábil IFRS 16), 13% acima do esperado pelo banco.

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Ainda assim, o banco diz que o prejuízo líquido de R$ 171 milhões mostra que a pressão financeira continua forte. Com juros em 15% ao ano no Brasil, a dívida segue como um entrave à geração de lucro, pontuam os analistas.

Confira:

Em relatório enviado ao mercado, a Genial Investimentos também reconheceu avanços operacionais, mas levanta dúvidas sobre a sustentabilidade das margens em meio à desaceleração das vendas. O desempenho do Pão de Açúcar, conforme a corretora, compensou a fraqueza de outras bandeiras, mas o volume de compras caiu frente ao primeiro trimestre e ainda não há clareza se o movimento é passageiro ou estrutural.

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A Genial observa que, diante da piora do consumo, a companhia optou por interromper sua meta de 300 aberturas de lojas entre 2022 e 2026. Com 213 unidades já inauguradas, a empresa, observa a corretora, parece disposta a cortar ainda mais despesas e investimentos no segundo semestre deste ano.

Para o Morgan Stanley, o avanço de 6,8% nas vendas em mesmas lojas no Brasil superou as projeções, mas o banco diz que o resultado final foi equilibrado pela retração nas vendas do canal B2B. A equipe de analistas avalia que o Ebitda de R$ 420 milhões foi levemente superior às estimativas, sustentado por renegociações com fornecedores e ajustes na estrutura administrativa. Ainda assim, a margem líquida ajustada ficou negativa em 3,8%, mesmo após o efeito positivo de um ajuste monetário sobre créditos tributários.

A alavancagem da empresa, por outro lado, voltou a crescer. De acordo com a XP e o Morgan Stanley, o índice de dívida líquida sobre Ebitda ajustado (excluindo efeitos da IFRS 16) subiu de 2,9x para 3,1x em três meses. A estimativa do Itaú BBA, considerando ajustes de fluxo de caixa, é ainda mais conservadora: 5,2x, embora inferior à marca de 5,7x do primeiro trimestre. O problema, segundo os estrategistas, está no endividamento considerado um dos principais entraves para um re-rating da ação, ou seja, de uma reavaliação do valor do papel.

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Sem grandes ativos para vender e com o espaço de expansão física limitado, analistas avaliam que uma das poucas alternativas remanescentes pode ser uma reformulação na FIC, joint venture financeira com o Itaú herdada dos tempos de grupo integrado com Assaí e Casas Bahia. Uma eventual reorganização que amplie a fatia das varejistas no negócio, segundo eles, pode se tornar um gatilho relevante no curto ou médio prazo.

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