A Rússia anunciou nesta segunda-feira (4) que vai voltar a instalar mísseis de curto e médio alcance, algo que estava proibido pelo próprio regime do ditador Vladimir Putin desde 2019. Na prática, isso significa que Moscou se sente livre para posicionar armas capazes de atingir alvos americanos e de aliados dos EUA em várias regiões do mundo, aumentando o risco de uma nova corrida armamentista.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, o país “não vê mais sentido” em manter a antiga restrição, já que os Estados Unidos e seus aliados “estão avançando com a produção e instalação desses mesmos tipos de mísseis na Europa e na Ásia”. A declaração acusa Washington de ter ignorado propostas russas para que todos os países evitassem esse tipo de armamento.
O regime russo afirma que a decisão é uma resposta direta à presença crescente de armas americanas perto de suas fronteiras. Como exemplo, cita a instalação de lançadores de mísseis na Dinamarca, Austrália e Filipinas, além dos planos de aliados dos EUA de adquirir ou fabricar mísseis terrestres com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Com o fim da moratória, a Rússia agora pode imediatamente começar a produzir, testar e posicionar esses mísseis, ampliando a ameaça para os EUA e aliados da Otan. Segundo Moscou, a medida serve para “combater ameaças recém-surgidas” e tentar manter o equilíbrio estratégico com o Ocidente.
A escalada acontece poucos dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a mobilização de dois submarinos nucleares em resposta a ameaças vindas da Rússia.
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