O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que representa o setor de carne bovina, afirmaram nesta quarta-feira (30) que ainda acreditam em negociações que possam isentar as exportações de seus produtos das tarifas de 50% impostas pelo governo de Donald Trump.
O governo Trump anunciou a tarifa de 50% sobre vários produtos brasileiros como resposta ao que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas suavizou o impacto para setores como aeronaves, petróleo e suco de laranja.
Ainda ameaçado pelas taxas, o setor exportador de café defendeu, em nota, que o produto seja incluído na lista de exceções às tarifas dos Estados Unidos, alertando que o consumidor norte-americano poderá pagar preços mais altos caso isso não ocorra.
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Uma negociação mais ampla poderia beneficiar também outros países produtores de café, já que os EUA são os maiores consumidores globais e não produzem o grão.
O Cecafé afirmou que seguirá em tratativas com seus pares americanos, como a National Coffee Association (NCA), para que o café brasileiro seja incluído na lista de exceções elaborada pelo governo dos EUA, posição já manifestada anteriormente.
O conselho destacou que 76% dos norte-americanos consomem café, e que a população gasta cerca de US$ 110 bilhões por ano em café e produtos relacionados. Do total importado pelos EUA, cerca de um terço vem do Brasil.
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“Diante da relevância do café para os consumidores e a economia norte-americana, entendemos ser necessária a revisão da decisão de taxar os cafés do Brasil — ato que implicará elevação desmedida de preços e inflação, uma vez que esses tributos serão repassados à população americana no ato da compra”, afirmou o Cecafé.
O presidente da Abiec, Roberto Perosa, cujo setor tem os EUA como segundo maior mercado para a carne bovina brasileira, afirmou que espera resultados positivos nas negociações, já que as perdas podem chegar a US$ 1 bilhão caso a tarifa persista.
“Continuamos acreditando nas negociações e no esforço do governo brasileiro nesse processo”, disse ele a jornalistas em Brasília.
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Perosa ressaltou que não há outro mercado com a rentabilidade que o norte-americano oferece para a carne brasileira.
Ele também destacou que as exportações para os EUA — que compra a carne brasileira principalmente para produção de hambúrgueres — vinham crescendo e que a tarifa poderá causar impacto inflacionário para os consumidores americanos, especialmente em um momento de oferta restrita de gado na América do Norte.
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